Uma dívida com apostas online foi o estopim para a discussão que terminou com a morte da professora Soraya Tatiana Bomfim França, de 57 anos, assassinada pelo próprio filho, Matteos França Campos, de 32 anos. Ele foi preso nesta sexta-feira (25), confessou o crime e está à disposição da Justiça. O corpo da vítima havia sido encontrado no último domingo (20), próximo a um viaduto em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com a Polícia Civil, o cadáver de Soraya estava coberto por um lençol, parcialmente despido e com queimaduras, além de aparentar sinais de violência sexual. Porém, os investigadores esclareceram que Matteos forjou a cena para tentar afastar suspeitas contra ele. O próprio filho chegou a registrar boletim de ocorrência, alegando que a mãe não respondia às suas mensagens.
Em coletiva de imprensa, a polícia detalhou que Matteos agiu sozinho. Ele relatou que matou a mãe por enforcamento após uma discussão dentro do apartamento onde moravam. No mesmo dia, colocou o corpo no porta-malas do carro dela e abandonou o cadáver nas proximidades do viaduto.
Entenda
As investigações revelaram que o homem estava endividado por conta de jogos em casas de apostas, além de ter contraído empréstimos consignados. Segundo ele, a briga começou porque Soraya reclamava constantemente que o filho vivia dizendo não ter dinheiro. “Entrei em colapso”, declarou o suspeito aos investigadores.
Após o crime, Matteos ainda tentou sustentar a versão de desaparecimento. No boletim de ocorrência registrado na sexta-feira (18), afirmou que havia viajado para a Serra do Cipó na noite anterior, deixando a mãe em casa de camisola. Disse também que chegou a enviar mensagens e, como não obteve resposta, pediu para uma tia que mora no mesmo prédio verificar o apartamento. Um chaveiro chegou a abrir a porta, mas Soraya não foi localizada.
Segundo a delegada Ana Paula Oliveira, as contradições foram determinantes para a prisão. “Todos os elementos colhidos ao longo da semana mostravam, de forma cronológica, que não havia outra pessoa na residência antes da suposta viagem”, afirmou.
"Todos os elementos de investigação que colhemos esta semana apontavam de forma cronológica diversos indícios que cercavam e apontava que não poderia ter havido outra pessoa na residência antes de ele ter viajado", disse a delegada Ana Paula Oliveira.
Matteos ocupava um cargo comissionado na Secretaria de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese). Após a divulgação da prisão, a pasta informou que ele foi exonerado imediatamente. Nas redes sociais, o governador Romeu Zema elogiou o trabalho da polícia e escreveu: “Em Minas, criminoso não tem vez”.