A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público Estadual pediram à Justiça a decretação da prisão de quatro PMs investigados sob suspeita de terem matado um jovem de 16 anos e escondido o corpo dele em um matagal.
Thiago Júnior da Silva, 16, sumiu após operação de PMs do 31º Batalhão em 17 de março, no Parque Santos Dumont, Guarulhos (Grande SP).
O corpo do jovem só foi encontrado no dia seguinte por sua mãe, Eliana Cristina da Silva, que começou as buscas após ser informada por amigos do filho sobre a possível violência por parte dos PMs.
Segundo os PMs Paulo Hernandes Bastos, Ednaldo Alves da Silva, Edilson Luís de Oliveira e Fábio Henrique da Silva, Thiago estava com um grupo de outros três jovens e um deles teria atirado contra o carro da PM.
Ainda de acordo com os policiais, dois desses jovens foram presos sob suspeita de tráfico de drogas e Thiago e o outro adolescente fugiram.
Uma testemunha ouvida pela polícia, entretanto, contestou a versão dos PMs. De acordo com essa testemunha, Thiago foi abordado pelos quatro policiais e implorou para não ser morto.
O tiro que matou Thiago, segundo a perícia, apresentava marca de "tatuagem", ou seja, foi disparado com a arma muito perto ou encostada em seu corpo.
O tenente-coronel Antonio de Mello Belucci, comandante do 31º Batalhão, e os quatro PMs investigados não foram localizados na noite de ontem para comentar o caso.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu que o Estado tem responsabilidade na morte de outro jovem, Yago Batista de Souza, 17, e diz que irá indenizar sua família. Ele morreu após ser baleado no sábado por um PM em frente ao prédio onde vivia, em Itaquera, zona leste paulistana. O policial, que foi preso, afirma que o tiro foi acidental.