O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, de 30 anos, foi preso acusado de matar com um tiro na cabeça o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, 33, em uma casa de shows na zona sul de São Paulo.
O tenente já tinha duas condenações, do ano passado, por crimes de desacato e agredir outros policias militares em uma boate paulistana.
OTribunal de Justiça Militar condenou Velozo a nove meses de prisão em regime aberto após ele desferir socos e ofensas contra o soldado Flávio Alves Ferreira, na boate The Week, na Lapa, zona oeste de São Paulo, em outubro de 2017.
De folga e usando trajes civis, Velozo estava na companhia de um primo, Iury Oliveira do Nascimento, que havia acabado de ser aprovado para integrar a PM de São Paulo. A dupla saiu para comemorar e no local, o primo teria se envolvido numa briga no interior da boate e acabou agredido por sete rapaze e durante a confusão, Henrique o defendeu e sofreu lesões até a chegada da Polícia Militar, que foi acionada por funcionários da boate.
Em seu depoimento, Flávio afirmou que Henrique Velozo estava alterado, com cheiro de álcool e bastante agressivo. Na primeira abordagem, o soldado tomou um soco no maxilar. Outras viaturas foram chamadas e a situação piorou: o tenente desferiu pontapés nos colegas de farda, os desacatou e só depois, contido e desarmado, foi conduzido ao Hospital Central da Polícia Militar, no Tucuruvi, zona norte de São Paulo, para um exame de corpo de delito.
Em 2020, Velozo foi absolvido das acusações de agressão pelo Conselho Especial de Justiça, mas punido com seis meses de reclusão pelo crime de desacato. O Ministério Público, então, recorreu da decisão, e Henrique Otávio Oliveira Velozo foi, então, condenado em segunda instância por agressão à inferior (subordinado hierárquico) e desacato.
Morte de Leandro Lo
O lutador de jiu-jitsu Leandro Lo, oito vezes campeão mundial, foi baleado na cabeça, na madrugada do último domingo (7), durante um show do grupo Pixote, no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo.
O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, suspeito do crime, teve sua prisão temporária decretrada por 30 dias. Na tarde de domingo, ele se apresentou na Corregedoria da PM.
O lutador teve uma discussão com o PM e, para acalmar a situação, teria imobilizado Henrique. Tudo começou, segundo a Polícia Civil, depois que o tenente foi até a mesa onde estava Leandro Lo e pegou uma garrafa de bebida.
Ao se soltar da imobilização do lutador, o policial se afastou, sacou a arma e atirou na testa de Leandro. Uma testemunha, que não quis ser identificada, relatou que o autor do disparo estava sozinho e provocou Lo e mais cinco amigos.
Um amigo que estava com o lutador conta o que aconteceu. Ele pediu pra não ser identificado.
“Chegou já no intuito de causar confusão, tanto é que nós estávamos em 5 pessoas numa mesa, ele pegou a nossa garrafa, levantou. O Leandro chegou, pediu pra ele colocar a garrafa no local que não era dele. Ele deixou garrafa e continuou peitando o Leandro. O Leandro foi lá, imobilizou ele, derrubou ele, caiu montado, falou que acabou, para parar a confusão. Chegou o pessoal: ‘deixa disso, deixa disso’. Tinha muita gente, acabou que separou. Quando todo mundo achou que tinha acabado a confusão, ele deu 4 passos para trás e voltou, tirou uma arma da cintura e atirou à queima-roupa na cabeça”.