O m?dico-legista George Sanguinetti, de Alagoas, apresentou nesta segunda-feira (26) sua avalia??o sobre os laudos periciais da morte da menina Isabella, em 29 de mar?o. Ele foi contratado pelos advogados do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatob?, pai e madrasta da menina, para auxiliar na defesa.
Logo no in?cio de sua apresenta??o, o legista deixou claro que Isabella n?o foi morta por asfixia, ao contr?rio do que afirma o laudo. "N?o h? asfixia mec?nica por esganadura sem marcas externas. N?o h? como. N?o houve esta viol?ncia", afirmou.
O principal motivo da morte, segundo ele, foi trauma craniano. ?Ela tinha les?es terr?veis que lhe tiraram a vida. Ela tinha les?es m?ltiplas de c?rebro. Depois observem o enc?falo como ficou?, disse, sem especificar as causas destas les?es.
Para o especialista, houve precipita??o por parte dos peritos do Instituto de Criminal?stica e do Instituto M?dico Legal (IML) de S?o Paulo na elabora??o dos laudos. "Talvez a pressa, talvez a cobran?a, talvez a press?o, n?o sei. O laudo ? inserv?vel, est? incorreto. Esse trabalho que est? aqui ? nulo de direito, porque n?o tem valor probante. ? med?ocre. Laudos falhos n?o tem valor probante", disse, sobre a atua??o dos legistas paulistas.
O m?dico-legista contestou o fato de o laudo do IML apresentar duas causas de morte (asfixia mec?nica e politraumatismo). "Este laudo ? nulo de direito. Ningu?m pode ter duas mortes", completou.
Ele afirmou tamb?m, com base nos laudos, que n?o h? les?es nas vias respirat?rias superiores de Isabella que justifiquem as esganaduras e que n?o existe esganadura sem arranh?es no pesco?o. Sanguinetti explicou que o v?mito foi provocado no momento em que ela foi entubada pela equipe de socorro m?dico que atendeu Isabella.
Erros Grosseiros
Antes da entrevista desta segunda, Sanguinetti havia adiantado ? reportagem do G1 no domingo (25) que os documentos que embasaram as investiga?es possuem erros ?grosseiros?. O m?dico-legista afirmou que trouxe para S?o Paulo um parecer pronto, assinado por ele e outro especialista, para ser entregue ao juiz respons?vel pelo caso mostrando os erros dos laudos e que ?n?o h? valor probante (que prova) do que foi entregue?.
Para Sanguinetti, sua avalia??o deve mudar os rumos do caso uma vez que, com ele, ?desaparecem? o carro e o interior de apartamento como lugares em que a menina tenha sofrido agress?es. ?N?o s?o os locais da cena do crime, ? o local. Quero que sejam punidos (os culpados). Sou pai e tenho fam?lia. Agora o que n?o pode ? se fazer ila??o, se fazer achismo. Eu vou provar tecnicamente para o Brasil que n?o tem esses lugares (no crime).?
Procurada pela reportagem do G1, a Secretaria de Seguran?a P?blica (SSP) disse que n?o iria se pronunciar sobre o assunto.
Vereador em Macei?, George Sanguinetti ? especialista em medicina-legal formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele ? coronel-m?dico reformado pela Pol?cia Militar de Alagoas, ex-diretor do IML de Macei? e lecionou medicina-legal na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) por 32 anos. Ele atuou no caso da morte do empres?rio PC Farias.
Justi?a
Tamb?m nesta semana o casal deve ser ouvido pelo juiz Maur?cio Fossen, o mesmo que decretou a pris?o preventiva de ambos.
Neste domingo, os pais de Alexandre e de Anna Carolina foram visit?-los nas penitenci?rias onde est?o, no munic?pio de Trememb?, a 138 km da capital paulista. Ant?nio Nardoni e a mulher chegaram ao local por volta das 10h30 e l? permaneceram por cinco horas. Levaram livros, materiais de higiene pessoal, ?gua, refrigerante, bolachas e o almo?o de domingo.
Parte da bagagem ficou retida na portaria por passar da quantidade correta. Segundo ele, Alexandre est? bastante ansioso para o depoimento ? Justi?a na quarta-feira. "Eu n?o sei o que o perito avaliou, mas estou bastante tranq?ilo, acredito na inoc?ncia do meu filho e de Anna Carolina e estamos confiantes. Quero que a