O que parecia ser uma morte num assalto, segundo a polícia, pode ser mais um caso de assassinato em família. Dois netos, de 28 e 29 anos, são suspeitos de mandar matar o avô Paulo Francisco, de 82 anos, administrador do Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. O crime teria sido encomendado para tentar esconder outros crimes.
Netos e avô trabalhavam juntos no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Os netos são investigados pela polícia por participação em fraudes nos enterros. Eles estão foragidos.
Paulo Francisco levou dois tiros na nuca na porta de casa, em Água Santa, no subúrbio do Rio, quando saía para trabalhar junto com um motorista. Até pouco tempo atrás o caso era tratado como tentativa de assalto.
A investigação tomou um rumo diferente quando a polícia prendeu um homem que seria contratado para matar o administrador do cemitério, há 20 dias. O cúmplice deste homem, que seria o autor dos disparos, foi morto há duas semanas depois do crime.
A polícia quer saber agora se o administrador do cemitério foi morto depois de demitir os netos, suspeitos de ter envolvimento em enterros fraudulentos, entre eles o do traficante Nem, da Rocinha, que simulou a própria morte.
?A quadrilha se reúne no bairro da Abolição (no subúrbio). Existem três homicídios em andamento nas investigações aqui na Divisão de Homicídios (DH), que são da responsabilidade desses criminosos?, explicou o delegado da DH, Felipe Ettore.
Segundo o delegado, os dois netos e o matador serão indiciados por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.