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“Não saía do celular”, diz mãe sobre médica enquanto filho sofria após dose errada de adrenalina

Pais afirmam que equipe de enfermagem prestou mais socorro que a médica, que admitiu erro na prescrição de adrenalina. Benício Xavier, de 6 anos, faleceu no dia 23 de novembro

Benício Xavier, de 6 anos, morreu após receber dose incorreta de adrenalina em hospital de Manaus | Foto: Reprodução
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A mãe de Benício Xavier, de 6 anos, Joyce Freitas, afirmou durante um protesto por Justiça realizado nesta segunda-feira (1º) que a médica responsável pelo atendimento do filho “não saía do celular” enquanto o menino sofria reações graves após receber uma dose errada de adrenalina em um hospital particular de Manaus. O menino morreu após a reação à medicação.

Segundo ela, a profissional demonstrou “despreparo total” e não soube conduzir o atendimento nos minutos críticos que antecederam a internação na sala vermelha.

DOSAGEM INCORRETA DE ADRENALINA

Benício morreu após receber uma dosagem incorreta de adrenalina entre os dias 23 e 24 de novembro, no Hospital Santa Júlia. A médica Juliana Brasil Santos, responsável pela prescrição da adrenalina que causou a morte da criança, admitiu o erro em documento enviado à polícia. O caso segue sob investigação da Polícia Civil e do Ministério Público (MPAM).

No ato desta segunda, familiares e amigos pediram justiça, responsabilização e explicações sobre as falhas que, segundo a família, levaram à morte da criança.

Quando ela chegou, não tinha ação. Ela não sabia o que fazer. A equipe de enfermagem estava acudindo mais o meu filho que ela, porque ela não saía do celular. Pra gente, parecia que ela estava pedindo ajuda pra alguém, porque nem ela sabia conduzir a situação, relatou a mãe.

homicídio doloso qualificado

Segundo o delegado Marcelo Martins, o caso é investigado como homicídio doloso qualificado. A investigação, que já colheu depoimentos e analisou prontuários, avalia a possibilidade de que o episódio seja tratado como homicídio doloso qualificado pela crueldade.

Apesar do pedido de prisão preventiva da médica pelo delegado, a Justiça negou por entender que não há, até o momento, "fundamentos suficientes" para manter a prisão. A profissional segue respondendo o processo em liberdade.

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