Monitor que torturou e matou paciente já desafiou a PM enquanto brigava com esposa

O paciente morreu nessa segunda (8) após ser levado com lesões para um posto de saúde em Cotia (SP). Um funcionário foi preso por filmar o paciente amarrado e também gravar áudio confirmando que agrediu a vítima.

Marcas no paciente que foi torturado e morto em SP | FOTO: Reprodução
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O monitor terapêutico Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, preso por torturar até a morte um dependente químico em uma clínica de reabilitação em Cotia (SP), não tinha capacitação profissional para ocupar o cargo e já foi detido após desacatar policiais militares que foram apartar uma briga dele com a companheira, explicou o delegado Adair Marques ao Metropoles.

BRIGA COM COMPANHEIRA

Desde 2021, Matheus é réu em uma ação na Justiça na qual é acusado de resistência a uma abordagem policial, em Itapev. Em março de 2020, ele foi encontrado “exaltado” discutindo dentro do carro com sua mulher, que estava grávida e queria deixá-lo.

Marcas no paciente que foi torturado e morto em SP | FOTO: Reprodução

Quando os PMs pediram para que Matheus se afastasse da mulher, ele demonstrou resistência, “dizendo que era para atirar nele e que não iria colocar as mãos para cima”. Os policiais tiveram de usar força moderada para contê-lo, algemá-lo e levá-lo para a delegacia, onde foi registrado o termo circunstanciado. 

MORTE DE PACIENTE

Jarmo Celestino de Santana, 55 anos, foi torturado e brutalmente espancado em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. Ele morreu na segunda-feira (08) após ser levado a um hospital com marcas de violência. Um vídeo mostra o paciente com as mãos amarradas para trás, preso a uma cadeira e funcionários rindo da situação.

Veja!

Conforme o delegado Adair Marques, o próprio Matheus gravou e compartilhou um áudio, no qual confessa ter agredido o paciente, até a mão doer. “O áudio foi um dos indicativos [para a prisão], mostrando que ele [Matheus] realmente torturou o rapaz, bateu muito nele. Que a intenção era lesionar mesmo”, afirmou o delegado.

O enfermeiro Cleber Fabiano da Silva, 48, é investigado pelo suposto envolvimento no espancamento, da mesma forma que outros funcionários da Comunidade Terapêutica Efatá. Ele nega qualquer irregularidade na clínica. Na terça, a Vigilância Sanitária foi até a instituição, onde havia ao menos 25 pacientes. Dois deles confirmaram à polícia, em depoimento, as agressões e a tortura. O local foi interditado.

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