Justiça decreta prisão de três acusados de degolar estudante

Ela foi encontrada degolada dentro de seu carro em 13 de setembro.

Justiça decreta prisão de três acusados de degolar estudante | Reprodução
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A Justiça em Santo André, no ABC, decretou nesta semana a prisão preventiva dos três homens que estavam detidos temporariamente por suspeita de matar a universitária e promotora de eventos Lore de Santana Vaz, de 26 anos. A juíza Milena Dias recebeu a denúncia de assassinato contra os acusados, oferecida pelo Ministério Público. Desse modo, os três homens passam a ser considerados réus no processo de homicídio e responderão presos pelo crime até um eventual julgamento. O próximo passo da Justiça será marcar uma data para a audiência de instrução, que decidirá se o trio deverá ser submetido a julgamento popular pelo crime.

Lore Vaz foi encontrada degolada dentro do seu carro, em Santo André, no dia 13 de setembro. Antes ela havia sido sequestrada ao sair da faculdade, em São Caetano do Sul, também no ABC. O pescoço e orelha de Lore estavam cortados.

A promotora Daniela Hashimoto confirmou o oferecimento da denúncia à Justiça. A equipe de reportagem não conseguiu localizar os advogados dos réus para comentar o assunto. Em entrevistas anteriores, a defesa de cada um deles confirmou a participação dos clientes no sequestro da vítima, mas negava a autoria do assassinato.

Entre os acusados pelo crime que foram denunciados pela Promotoria está Allan dos Santos Peçanha, de 27 anos, ex-marido de Lore e apontado pela investigação da Polícia Civil como o mandante da morte da estudante.

De acordo com o Setor de Investigações sobre Crimes de Homicídios da Delegacia Seccional de Santo André, Allan pagou mais de R$ 2 mil para o funileiro Raimundo Nonato Bezerra, de 32 anos, e o auxiliar de limpeza Robert Pirovani Gama, de 21 anos, sequestrarem a universitária na saída da faculdade e matá-la. O motivo do crime, segundo a investigação, foi financeiro: Lore estava cobrando de Allan uma dívida de R$ 3 mil.

Imagens gravadas por câmeras de segurança divulgadas pela polícia mostraram o funileiro e o auxiliar saindo do carro da vítima. Em seguida, as cenas mostram os dois entrando num Chevrolet Kadett conduzido por Allan.

Os três haviam sido detidos após testemunhas os reconhecerem nas imagens. Em seus interrogatórios, eles também confessaram envolvimento no crime. Apesar de os depoimentos apontarem que Allan os contratou, alegaram que o combinado seria sequestrar Lore para dar um ?susto? nela, e não matá-la.

Duas facas foram usadas no crime. Mesmo assim, nenhum dos envolvidos assumiu ter dado os golpes que mataram a vítima. Raimundo e Robert, que abordaram a vítima no veículo dela, trocaram acusações sobre quem a degolou.

A defesa de Allan chegou a alegar após o crime que o ex-marido da vítima só confessou sua participação no homicídio porque durante seu interrogatório foi ouvido sem a presença de seus advogados, sendo coagido psicologicamente, intimidado e pressionado pelos policiais civis.

Procurados naquela ocasião, o Setor de Homicídios e a promotora Daniela Hashimoto, do Ministério Público, negaram que o suspeito tenha sofrido qualquer coação nas quase duas horas em que foi ouvido na presença deles.

No dia 8 de novembro, a Polícia Técnico-Científica realizou a reconstituição do crime em São Caetano e em Santo André. Dos três acusados, somente Allan não participou da reprodução simulada. Apesar disso, ele acompanhou as versões de Raimundo e de Robert, que estiveram nos locais.

Laudos periciais também são aguardados para apontar quem degolou Lore. Um deles é de DNA: irá comparar o material genético de Raimundo e Robert com a pele encontrada sob as unhas de Lore.

A universitária deixou um filho de 10 anos, fruto de um outro relacionamento antes de Allan, com quem ficou casada por seis meses. Após o divórcio, ela namorou um corretor de imóveis. Para os pais de Lore, além da motivação financeira, ciúmes também teriam contribuído para o ex-marido mandar matar a universitária.

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