“Fofoqueiros” recebem R$ 2 mil de candidato a prefeito para espalhar fake news

Os líderes, que já ocuparam cargos públicos em várias cidades, contratavam pessoas para manipular as eleições. Os envolvidos recebiam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil e os “cabeças” são políticos do estado.

Polícia Federal deflagrou a Operação Teatro Invisível | FOTO: PF
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Nas primeiras horas desta quinta-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Teatro Invisível, que investiga uma organização criminosa que divulgava informações e notícias falsas sobre candidatos a prefeito em mais de dez municípios do Rio de Janeiro. Os envolvidos recebiam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil e os “cabeças” são políticos do estado.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?

Os líderes, que já ocuparam cargos públicos em várias cidades, contratavam pessoas para manipular as eleições. Esses contratados, circulavam diariamente pelo município, em locais movimentados, e espalhavam mentiras sobre o candidato rival, com o objetivo de prejudicá-lo e favorecer o candidato para quem estavam trabalhando.

“Os atores contratados, propagadores das informações falsas recebiam R$ 2 mil por mês para exercer tal função, e que os coordenadores da empreitada criminosa recebiam dos líderes da organização a quantia mensal de R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria Prefeitura Municipal. No ano eleitoral, quando o esquema entrava em vigor, os coordenadores eram exonerados de seus cargos e substituídos por “laranjas” – possíveis funcionários fantasmas –, a fim de manter o “direito” sobre eles”, diz a nota da PF.

Apreensão de quase R$ 200 mil durante a operação Teatro Invisivel | FOTO: PF

A “campanha” criminosa possuía um processo de aferição de resultado incluído no seu planejamento por meio da elaboração de relatórios diários das atividades, com a especificação da quantidade de eleitores abordados por dia, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema criminoso.

O QUE DIZ A PF?

Os autores dos fatos são investigados por organização criminosa, desvio de funcionários públicos para a atuação no grupo criminoso, utilização de “laranjas” para burlar incompatibilidades com o exercício da função pública, lavagem de dinheiro, constrangimento ilegal de servidores (assédio eleitoral), bem como os tipos penais ligados à difusão de notícias falsas e/ou desinformação, previstos no Código Eleitoral.

Operação Teatro Invisivel | FOTO: PF

COMO FOI A OPERAÇÃO?

  • Quatro pessoas foram presas;
  • Apreensão de R$ 188.300,00, em espécie;
  • 3 veículos de luxo blindados apreendidos;
  • Celulares e dispositivos eletrônicos e mídias de armazenamento também foram apreendidos.
  • A investigação foi conduzida pela Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais (DRCE) e pela PF no Rio de Janeiro, contando ainda com o apoio do Ministério Público Eleitoral.
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