Um flanelinha foi morto a pedradas na madrugada deste sábado em uma das mais movimentadas ruas de Vitória (ES). O guardador Getúlio Gomes de Oliveira, 47 anos, teve a cabeça esmagada com uma pedra de quase 7 kg enquanto dormia na calçada de um bar na rua João da Cruz, na Praia do Canto, bairro nobre da capital. O crime aconteceu em um trecho com grande concentração de bares e restaurantes, conhecido como Triângulo das Bermudas.
Segundo a polícia, o principal suspeito é outro flanelinha, que teria sido "o dono do ponto" antes de Getúlio. Imagens feitas pelas câmeras de segurança de um bar da região mostram o momento exato em que uma pessoa se aproxima da vítima, que estava dormindo, e atira a pedra. Em seguida, ele levanta o bloco novamente e desfere outros golpes. O acusado ainda confere se a vítima está morta e depois sai caminhando pelas ruas.
O corpo de Getúlio foi encontrado minutos depois por pessoas que passavam no local. A polícia foi acionada e fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi localizado. Agora, com o auxílio das imagens do circuito interno, a Polícia Civil diz acreditar que vai localizar o assassino.
"Ainda não podemos afirmar com certeza, mas as primeiras informações apontam para outro flanelinha, que disputava com o Getúlio o controle do local. Tudo teria sido motivado pela disputa pelo ponto que, por ser em uma área de grande movimentação de público de alto poder aquisitivo, acaba sendo bem lucrativo", diz o delegado de plantão na Divisão de Homicídios, Paulo Sarmento.
Este não é o primeiro crime envolvendo flanelinhas em Vitória. Em setembro do ano passado, Roberto Batista de Oliveira foi espancado até a morte supostamente por um colega de trabalho, no bairro Bento Ferreira. Eles teriam discutido por causa de R$ 10.
Em outubro, outro crime envolvendo guardadores de veículos. Um advogado foi espancado por três flanelinhas e teve traumatismo craniano após ser atacado com uma pedra. O ataque teria acontecido porque a vítima se recusou a entregar para os acusados um sanduíche que havia acabado de comprar numa lanchonete da região.
Há duas semanas, outro flanelinha foi assassinado no mesmo bairro. O corpo dele foi encontrado no mar, com vários ferimentos na cabeça. Segundo a polícia, além da disputa pelos pontos, o alto consumo de crack entre os flanelinhas tem motivado o aumento da violência.