Larissa Lima e Paulo Victor Lima, filha e genro respectivamente de Rener Umbuzeiro, o líder de uma família que teria acumulado riqueza através de plantações de maconha na Bahia, foram presos nesta quarta-feira (22), durante a Operação Kariri pela Polícia Federal. Rener Umbuzeiro faleceu durante a tentativa de cumprimento de um mandado de prisão, após confronto com os policiais.
Larissa Lima, filha de Umbuzeiro, é médica e, segundo investigações do GLOBO, desempenhava um papel importante na gestão financeira do esquema, assim como seu marido Paulo Victor Lima, envolvido na lavagem de dinheiro. O casal era conhecido por compartilhar fotos juntos em redes sociais, em viagens, festas e na academia.
Em suas últimas publicações, Larissa Lima abordava dicas de cuidados com a pele e tratamentos estéticos. Embora registrada no Conselho Regional de Medicina da Bahia desde dezembro de 2020, não possui uma especialidade listada no site da instituição. Paulo Lima é identificado como empresário.
Além do casal, a esposa do suspeito falecido também foi detida pela Polícia Federal, sob suspeita de participação nas operações financeiras e de lavagem de dinheiro.
A operação resultou na apreensão de cinco armas de fogo, quatro veículos, casas e fazendas, além de um número indeterminado de cabeças de gado. Rener Umbuzeiro, de acordo com registros da Receita Federal, é proprietário da Umbuzeiro Agropecuária, localizada em América Dourada, onde parte da operação foi conduzida. A empresa está envolvida no cultivo de diversos produtos agrícolas e na criação de gado.
A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e imóveis dos envolvidos, incluindo cinco fazendas em Pernambuco e na Bahia, além de propriedades de luxo, totalizando R$ 50 milhões, conforme o Ministério Público da Bahia.
As investigações, iniciadas em 2019, resultaram na apreensão de mais de uma tonelada de maconha em três ocasiões relacionadas ao caso. As cinco fazendas utilizadas para o cultivo da droga estavam registradas em nome de terceiros, segundo a Polícia Federal.
A organização criminosa atuava como fornecedora de maconha na região Nordeste, inicialmente estabelecida em Pernambuco e posteriormente na Bahia. O motivo da mudança ainda não foi esclarecido, de acordo com o delegado Diego Gordilho.
A operação mobilizou cerca de 100 policiais e cumpriu mandados em várias cidades, incluindo Salvador, Feira de Santana, América Dourada, Morpará, Ibititá, Muquém do São Francisco, Brasília, Ibimirim e São Paulo. Além da Polícia Federal, participaram do processo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Bahia, a Companhia Independente de Ações no Cerrado (CIPE Cerrado) e a 28ª Companhia Independente da Polícia Militar (28ª CIPM).