A irmã de Antônio Cândido, que morreu após beber uma garrafa inteira de cachaça em uma aposta em Santo Antônio do Rio Verde (GO), disse que ele bebia sem parar desde o fim do seu casamento. Maria Jucieuda conta que o irmão sempre falava “que ia beber até morrer”. O trabalhador rural morreu no último domingo (16).
“Ele sempre bebeu, mas separou e quis beber um pouco a mais e não parava. Nós ‘dava’ conselho, pedia, pedia demais, mas simplesmente ele dizia que ele ia beber até morrer, e se morresse não precisava nem ir atrás”, desabafou ao G1.
Segundo Maria Jucieuda, o irmão bebeu a cachaça durante uma aposta para ganhar duas caixas de cerveja. À polícia, o dono do bar disse que encontrou Antônio já sem vida na calçada do seu estabelecimento horas depois do ocorrido. Um cliente chegou a falar à vítima que ela poderia morrer, mas Antônio não atendeu ao alerta. O caso foi registrado como morte natural.
Maria contou ainda que o irmão morava em Catalão há 10 anos, mas mudou para Santo Antônio há dois meses, quando o casamento acabou. Ela explica que Antônio não quis contar detalhes da separação, mas a ex tentou ajudá-lo a parar de beber. Situação esta que era praticada pela vítima diariamente.
“As vezes que procurava a gente, era bêbado. A gente dava comida a ele, ele comia e voltava [para casa]. Ele só dizia que não queria atrapalhar”, conta a irmã de Antonio ao G1.
Antônio Cândido morava em uma casa alugada, com um quarto que, segundo a irmão, não tinha janelas e nem banheiro. Maria disse que deixava comida na porta para que ele comesse quando chegasse.
“Ele só dormia nesse quarto. Ele não trabalhava há dois meses, o povo o chamava, mas ele não trabalhava, ele perdeu o gosto da vida”, lamentou.
Assista!
Em um vídeo que circula nas redes, é possível ouvir pessoas falando "bebeu, ganhou, pode trazer a caixinha de cerveja". Maria disse que a última vez que falou com o irmão pela última vez 3 dias antes da morte. A Polícia Militar disse que orientou que os familiares acionassem o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), para o recolhimento do corpo, já que não havia evidência de crime.
“Eu procurava saber notícias dele, ia deixar comida pra ele, às vezes deixava em cima da pia”, finalizou a irmão, em entrevista ao G1.