Quando foi preso , o estudante Gil Rugai estava na casa da sua avó, em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, ele não reagiu à prisão. Acusado de matar o pai e madrasta em março de 2004, Rugai foi levado, nesta terça-feira (25), à sede do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), na região central da capital. Na quarta (19), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou o habeas corpus que garantia liberdade a Rugai.
O advogado do ex-seminarista não foi localizado para comentar o assunto. O estudante e ex-seminarista ainda será levado ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exames. Depois disso, deverá ser levado para uma unidade dos sistema prisional de São Paulo.
Para prender Rugai, a polícia teria deixado um carro descaracterizado na frente da casa da avó do estudante porque temia que ele fugisse. A autorização para a prisão do acusado ocorreu no final da tarde de segunda, de acordo com a polícia.
O Tribunal de Justiça de São Paulo teria recebido do STJ um fax com a informação de que o habeas corpus havia sido revogado. Com isso, o TJ pediu para a polícia cumprir a ordem judicial para prendê-lo.
Defesa
Na quinta (20), a defesa de Rugai entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do STJ. O G1 telefonou várias vezes para a defesa de Rugai durante o fim de semana e na segunda para saber se o estudante ia se entregar, mas o advogado não retornou as ligações da reportagem. À Justiça, Gil Rugai disse que não cometeu o crime.
No pedido ao STF, a defesa argumenta que o tempo em que Rugai ficou preso, mais de 650 dias, excede o prazo legal de prisões provisórias. A data do julgamento de Gil Rugai ainda não foi marcada pelo Tribunal do Júri.
STJ
No dia 10 de fevereiro, o ministro Arnaldo Esteves Lima, do STJ, havia concedido uma liminar (decisão provisória) que livrou Rugai da prisão. No julgamento do mérito do habeas corpus, na semana passada, porém, por 3 votos a 2 os ministros da 5ª Turma do STJ reformularam a decisão que garantia liberdade ao estudante.
Em janeiro, a defesa de Rugai entrou no STJ com o pedido de liberdade do rapaz, que foi preso pela primeira vez no dia 6 de abril de 2004. O acusado chegou a ficar preso entre 2004 e 2006, mas teve a liberdade concedida pelo STF.
Em 9 de setembro de 2008, no entanto, Rugai foi preso em casa, na Zona Oeste de São Paulo, depois de ter o pedido de liberdade provisória revogado um dia antes a pedido do Ministério Público estadual, por ter mudado de cidade sem avisar o juiz.