Uma mulher de 34 anos foi resgatada de uma situação de trabalho escravo no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus (AM). Ela vivia nessas condições desde os 12 anos sob a justificativa de que “fazia parte da família” que a explorava, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO
A mulher foi levada com a promessa de que teria oportunidades de estudo e uma vida digna. No entanto, a realidade foi diferente: ela passou mais de duas décadas trabalhando sem salário fixo e em condições degradantes.
Essa trabalhadora foi aliciada aos 12 anos de idade sobre a falsa promessa de ser bem tratada e frequentar a escola. Ela foi, na verdade, posta a trabalhar cuidando de uma idosa, além de inúmeras outras atividades ao longo de 22 anos de exploração, afirmou o procurador Luciano Aragão, coordenador Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo.
Durante todo esse tempo, a mulher prestou serviços a diversos membros da família em troca de comida, moradia e pagamentos esporádicos com valores considerados irrisórios. Confira as condições sob as quais ela vivia:
- A vítima vivia sob as seguintes condições:
- Quarto sem guarda-roupas, ar-condicionado ou higiene mínima
- Trabalhos exaustivos e sem qualquer remuneração fixa
- Sem carteira assinada nem acesso à escola
- Andava descalça e, em certo período, não tinha nem shampoo
RESGATE
O ciclo de abusos chegou ao fim com o resgate. A vítima recebeu atendimento psicossocial da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e foi reintegrada à sua família biológica. Além disso, será indenizada pelos danos sofridos ao longo dos anos.