“Divido carro com homicidas, mas não com Gil Rugai”, diz promotor

Rogério Zagallo disse ainda que legado de julgamento é: “Vale a pena praticar crime”

Gil Rugai foi condenado pela morte do pai e da madrasta. | Reprodução
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Após cinco dias de um julgamento tenso, o promotor do júri que condenou Gil Rugai, Rogério Zagallo, destacou a suposta periculosidade do estudante. Zagallo, que chegou a se emocionar ao saber da condenação do réu, disparou contra Rugai, dizendo que o rapaz tinha um ?desvio de personalidade" e "não poderia conviver em liberdade". Ele acrescentou que não dividiria o mesmo carro com o condenado.

? Eu posso dizer: eu já cansei de fazer acusações contra inúmeros réus, bandidos, traficantes, homicidas dos mais perigosos. Em qualquer desses casos, eu divido um carro com qualquer um dos réus que eu já condenei, mas com Gil Rugai, eu não divido.

Apesar de satisfeito com a condenação, Zagallo questionou a legislação brasileira, tendo em vista que o ex-seminarista não foi preso apesar do tamanho da pena. E usou palavras duras para se referir ao criminoso.

? Esse rapaz tem um desvio de personalidade. Como o próprio juiz consignou na sua decisão, ele tem uma personalidade dissimulada, ele é perigoso, não é esse anjinho que parece, não vai participar do conclave. Realmente é uma pessoa que não poderia conviver em liberdade.

Diante da possibilidade de o estudante, sentenciado a 33 anos e 9 meses de reclusão, cumprir apenas 1/6 da pena em regime fechado, descontando ainda os cerca de dois anos em que permaneceu preso, o representante do Ministério Público desabafou:

? Vale a pena praticar crime. Esse é o legado de cinco dias de julgamento, nove anos de um processo, para chegar nisso: ?Eu matei meu pai, eu matei a minha madrasta, mas vou ficar mais dois anos e meio (preso)?.

Ele completou:

? Esse é o atual estágio, o atual nível da Justiça criminal brasileira: vale a pena praticar crimes.

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