A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo pediu à Justiça Militar, nesta quarta (4), a prisão preventiva do soldado Luan Felipe Alves Pereira, acusado de arremessar um homem de uma ponte na Vila Clara, Zona Sul de São Paulo, no domingo (1º). A vítima, identificada como Marcelo, de 25 anos, é entregador e foi socorrida por moradores da região após cair em um córrego.
O que aconteceu
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o agente foi ouvido e sua prisão solicitada à Justiça Militar. A Polícia Civil apura o caso por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO). O soldado Luan, que já havia sido indiciado por homicídio em 2023, admitiu o ato em depoimento, mas alegou ter agido por impulso. Ele fazia parte das Rondas Ostensivas com Apoio de Moto (Rocam) no 24º Batalhão de Polícia de Diadema.
Provas
O pedido de prisão foi elaborado pelo capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros e inclui fotos que mostram o momento do crime. No documento, o oficial afirma que as declarações do investigado não condizem com as evidências e defende a prisão como necessária para restabelecer a disciplina e a ordem pública. Os crimes imputados ao soldado são lesão corporal e violência arbitrária, ambos previstos no Código Penal Militar.
MP
O Ministério Público abriu uma investigação e exigiu da Polícia Civil o envio de documentos relacionados ao caso em 24 horas. A Promotoria recomendou que a Polícia Militar envie à tropa orientações para a aplicação correta de procedimentos operacionais e que revise normativas sobre abordagens policiais, visando à redução de abusos. Além disso, o MP pediu a ampliação do uso de câmeras corporais em todas as operações policiais, destacando os 760 casos de mortes decorrentes de intervenções policiais em 2024.
Pai da vítima
Marcelo, que não possui antecedentes criminais, está fisicamente bem, segundo seu pai, Antonio Donizete do Amaral. Em entrevista, ele criticou duramente a ação do policial e destacou o perfil trabalhador do filho. "É inadmissível. A polícia está para proteger a população, não para fazer o que fez. Meu filho é um trabalhador, sem qualquer envolvimento com crimes. Quero uma explicação sobre por que isso aconteceu", declarou.
13 afastados
A SSP confirmou o afastamento de dois sargentos e onze outros policiais envolvidos na ocorrência. O caso segue sob investigação pela Corregedoria e pela Polícia Civil, enquanto o Ministério Público cobra medidas efetivas para prevenir abusos e garantir maior transparência na atuação policial.