O comerciante Igor Peretto expressou seu amor pela esposa, Rafaela Costa, poucos minutos antes de ser assassinado a facadas no apartamento de sua irmã, em Praia Grande, litoral de São Paulo. No caso, além da esposa, outras duas pessoas próximas, a irmã Marcelly Peretto e o cunhado Mario Vitorino, foram presas.
De acordo com testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, as últimas palavras de Igor indicavam seu apego por Rafaela e o sentimento de traição. "Vocês sabem o quanto eu amo aquela mulher, o quanto sou louco por ela," relatou uma testemunha. "Vocês tudo contra mim, tudo armando contra mim. Eu era o único que não sabia de nada." O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) acredita que o trio premeditou o crime, apontando Igor como "um obstáculo no triângulo amoroso" entre Rafaela, Marcelly e Mario.
Relatos adicionais sugerem que Rafaela mantinha um relacionamento com Mario e que Marcelly e Rafaela tiveram um envolvimento antes da chegada de Igor e Mario ao apartamento, segundo declarações de advogados envolvidos.
Desabafo antes do crime
Conforme a denúncia do MP-SP, Igor chegou ao apartamento desconfiado e desabafou, acusando a irmã e o cunhado de traição. "De que adianta eu me esforçar tanto, fazer tudo por todos, seus traíras, p***", teria desabafado. Durante o incidente, duas vizinhas ouviram Igor expressando amor por Rafaela, que teria sido responsável por atraí-lo ao local. Após o crime, Rafaela teria pesquisado "quanto tempo o corpo demora a feder".
As vizinhas relataram que Igor estava exaltado e, por várias vezes, gritou a palavra "piranha", até que sua voz foi ficando mais fraca e cessou. Relataram também que Mario parecia calmo, enquanto Marcelly gritava, pedindo que parassem.
Segundo a promotora Roberta Bená Perez Fernandez, o caso foi marcado pela "frieza" dos envolvidos, tornando-o um dos mais chocantes que já testemunhou. Para ela, a ação do trio evidenciou "alta periculosidade", especialmente pelas buscas sobre "quanto tempo um corpo demora a feder" e "rota de fuga" realizadas antes do crime. "Se são capazes de fazer isso com alguém que amavam, o que fariam com outros ao seu redor?" questionou a promotora.
O MP-SP ressaltou que Igor era visto como um "obstáculo" ao triângulo amoroso e que sua morte também traria vantagens financeiras ao trio. No entanto, a promotoria ainda não concluiu o levantamento dos bens de Igor, o que será tratado no inventário.