A superlotação de presídios em Teresina é uma preocupação constante às autoridades de Segurança do Piauí.
Nas portas, o cenário é de esposas e mães dos presos esperam por notícias. O clima para os familiares é o pior possível, pois eles temem um motim entre os 57 presos da Central de Flagrantes distribuídos em apenas três celas, quando o normal é de apenas quatro por cela.
A visita de familiares de presos não é permitida. O máximo que se consegue é deixar um café da manhã e repassar bilhetes com notícias atuais.
A fiscalização é severa porque há um antigo problema de lotação, já denunciado pela TV Meio Norte. Três motins foram mostrados em abril e maio de 2014. A falta de estrutura para abrigar tantos presos foi o principal motivo.
A situação ficou ainda pior durante o mês de julho, quase todos os dias há motins na Central de Flagrantes, situação que levou o Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi) e a OAB a visitarem o local.
O Sinpolpi chegou a denunciar que presos condenados pela Justiça ainda estão na Central de Flagrantes. ?A gente não tem nem ideia da quantidade de vezes que já estivemos aqui na Central denunciando esta situação calamitosa, quantidade absurda de presos, inclusive tem presos condenados pela Justiça aqui. O risco é iminente tanto para os policiais quanto para os próprios transeuntes. É um absurdo, o Poder Público precisa acordar. Tem-se que retirar definitivamente presos da Central que estão sendo custodiados?, disse o presidente do Sinpolpi, Cristiano Ribeiro.
A equipe de reportagem teve acesso às dependências e as imagens são muito fortes: presos saudáveis misturados com doentes, as celas estão desgastadas e pode haver fugas a qualquer momento, sem falar em rebeliões com possíveis reféns.
?Aqui está lotado de gente, é calor demais, não tem água para beber?, disse um preso, enquanto outros diziam: ?aqui não tem condições, estamos um em cima do outro, nós somos seres humanos! Cadê os direitos humanos??
Para a Ordem dos Advogados do Piauí (OAB) a situação é essa porque o Sistema Prisional do Piauí está falido e não tem mais condições de receber ninguém. ?O preso fica detido até a lavratura do flagrante. Lavrou o flagrante e comunicou ao Poder Judiciário, ele passa a ser de responsabilidade do Poder Judiciário. Mas, lamentavelmente, o que a gente vê é essa carência de vagas?, afirmou Lúcio Tadeu, da OAB.