A Polícia Civil de São Paulo comprovou que a arma e o silenciador encontrados na casa do casal Eduardo Martins e Ieda Cristina Martins, suspeitos de matar o zelador Jezi Lopes de Souza, na zona norte da capital paulista, foram utilizados na morte do empresário José Jair Farias ? ex-marido de Ieda - em 2005, no Rio de Janeiro. A polícia vai dar mais detalhes sobre a investigação na tarde desta quarta-feira.
Ontem, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro prorrogou por mais 30 dias a prisão temporária do casal por causa do crime cometido há nove anos. Segundo as investigações, o corpo do ex-marido de Ieda foi encontrado com marca de tiros dentro de seu carro. Na terça-feira da semana passada, a Justiça paulista também prorrogou a prisão em referência a morte do zelador.
No caso paulista, o publicitário confessou ter matado e esquartejado o zelador de seu prédio após uma discussão em seu apartamento. Ele afirma que a mulher não teve participação no crime, nem na ocultação de cadáver.
Entre São Paulo e Praia Grande
Na sexta-feira (30 de maio), por volta das 16h, Jezi foi ao apartamento do publicitário, no prédio aonde trabalhava como zelador, na zona norte de São Paulo, entregar a correspondência - como mostram imagens de câmeras de segurança do edifício.
Eles teriam discutido por "coisas banais, coisas de condomínio", relatou o delegado da 4ª Delegacia Seccional de São Paulo, Ismael Rodrigues. Eduardo desconfiava que o zelador furtava seus jornais, além de ter um atrito por uma questão da garagem. Após discutirem, os dois teriam entrado em luta corporal, quando, segundo o suspeito contou à polícia, a vítima caiu, bateu a cabeça no batente da porta e morreu.
A filha de Jezi, Sheyla Viana de Souza, 27 anos, relatou que uma moradora lhe contou "ter ouvido gritos de discussão, pedindo para parar e, ao olhar pelo olho mágico do apartamento, teria visto o morador (Eduardo) fechando a porta."
No sábado, o publicitário teria colocado o corpo em malas dentro do porta-malas do carro e ido para Praia Grande, na casa do pai - que, segundo a polícia, provavelmente não sabia do crime -, onde deixou o corpo. Em seguida, ele retornou para seu apartamento em São Paulo. A polícia ouviu informalmente Eduardo neste dia.
No domingo, o suspeito retornou à casa em Praia Grande. Usando um serrote, ele esquartejou o corpo do zelador, antes de retornar novamente a São Paulo. Na segunda-feira, quando os policiais civis entraram na casa no litoral paulista, Eduardo estava ao lado de uma churrasqueira, de sunga, incinerando partes do corpo da vítima.