Nesta segunda-feira (17), a influenciadora Mylena Verolayne foi alvo da operação "Game Over" em Alagoas. A investigação começou quando ela solicitou R$ 80 mil para promover e simular uma aposta no "Jogo do Tigrinho". Segundo o delegado Humberto Mácola, da Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) do Piauí, a plataforma "escolhe quem ganha e quem perde" e"induz as pessoas a perderem dinheiro".
O QUE OCORREU?
A Polícia Civil requisitou o bloqueio de R$ 38 milhões do patrimônio de 12 influenciadores alagoanos, os quais incentivam seguidores a realizar apostas em jogos de azar. Verolayne é um dos alvos, confirmando em uma conta reservada do Instagram seu desejo por uma conta "demo" para evitar o risco de perdas, diferente da conta comum para jogadores. O inquérito investiga se essa prática configura crime de estelionato.
Nos últimos dias, além da influência dos investigados, tem havido uma proliferação de contas relacionadas ao "Tigrinho" no Instagram. As vítimas são seguidas ou marcadas em publicações por perfis suspeitos, que as induzem a participar do jogo. Em entrevista ao Bom Dia, da TV Meio, o delegado Humberto Mácola deu detalhes:
- É uma plataforma que não é produzida no Brasil;
- Não está sujeita a uma fiscalização;
- Não paga impostos;
- Os envolvidos no golpe podem responder por estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
“A polícia está de olho nisso, há investigações, é uma contravenção penal, esse valores recebidos por essa plataforma (Tigrinho) estão sendo utilizados para ocultar bens, nada disso é legal”, enfatizou.
Assista!
O QUE É O JOGO DO TIGRINHO?
É um cassino online famoso que promete ganhos fabulosos. Por ir contra a Lei de Contravenções Penais - que considera crime os jogos de azar em que o ganho ou a perda dependem da sorte - o jogo é considerado ilegal. Ficou famoso no Brasil principalmente devido à extensa campanha que incluiu muitos influenciadores digitais e jogadores que compartilham suas táticas para se dar bem.
“O controle do jogo está todo nela (na própria plataforma), ela escolhe quem ganha e quem perde, não se pode acreditar numa plataforma dessa e quem joga está arriscando muito, por mais que se ganhe, 300, 400, 500 reais, uma hora isso vai perder. É totalmente diferente das BETs, elas são empresas que estão aqui no Brasil, pagam altos impostos e ao ser evento de sorte e azar pode ser criticado, você pode verificar se aquele evento esportivo, a pessoa está ganhando ou perdendo”, acrescentou o delegado Humberto Mácola.