A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira um acusado de integrar quadrilha que usava a internet para roubar - e até matar - vítimas.
Robson Luiz Castelo Branco, de 24 anos, e quatro supostos comparsas (entre eles uma mulher) marcavam encontros amorosos com homens para assaltá-los. Os crimes são investigados pela 32ª DP (Taquara).
Robson Luiz foi preso na manhã desta quinta em casa, no bairro de Cordovil, na Zona Norte. Com ele, segundo os agentes, foram encontrados munição de revólver 38, 15 celulares e placas clonadas de carro.
Ele acabou localizado após seis meses de investigação, que começaram após o desaparecimento do professor Carlos Roberto da Costa, 66. Ele saiu de casa após marcar encontro com um casal, identificado como Carolina e Rodrigo, em um portal de bate-papo, e nunca mais apareceu.
O preso vai responder por latrocínio (roubo seguido de morte). O nome dele foi descoberto após a quebra do sigilo telefônico de Carlos Roberto.
Há também a suspeita de que o bando praticava pequenos roubos e furtos para obter carros e celulares e usá-los em novos golpes.
Segundo o delegado Antonio Ricardo, os encontros eram marcados sempre em Madureira.
?Eles combinavam perto do shopping de Madureira, porque ao lado, num motel, acontecem encontros de casais. Essa era uma desculpa para atrair as vítimas?, revelou.
Quando o alvo esperava pelo encontro, um táxi ou van parava na rua, e ele era obrigado a entrar no veículo. Nesse momento, o crime era anunciado.
Família à procura de corpo
O genro de Carlos Roberto, idoso desaparecido, fez questão de ir nesta quinta-feira à delegacia. ?Não temos mais a esperança de vê-lo vivo. Queremos apenas saber onde está o corpo para poder colocar um ponto final nessa história?, contou o também professor Luís Eduardo da Silva.
Uma segunda vítima da quadrilha foi indispensável para a prisão desta quinta. X. foi atacado em maio, mas conseguiu sobreviver e reconheceu Robson. Ele marcou encontro com um casal homossexual e acabou obrigado a entrar num táxi. Quem dirigia o veículo era Robson, disse X.
Um segundo homem, identificado como Carlos Eduardo e apontado como chefe do bando, anunciou o assalto. Havia um terceiro homem no veículo.
?Eles o levaram para a Favela do Muquiço. Quando iam matá-lo, traficantes viram, acharam que era quadrilha rival e atiraram contra o grupo. Os sequestradores fugiram e os traficantes liberaram a vítima?, contou o delegado.
A polícia investiga ainda a ligação da quadrilha com outros três casos de dinâmica semelhante.