No dia seguinte ao enterro do filho, Henry Borel, de 4 anos, no cemitério do Murundu, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva foi a um salão de beleza no Shopping Metropolitano, na Barra da Tijuca.
No estabelecimento, que fica a cinco minutos de carro do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, onde ela morava com o menino e o namorado, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), a professora realizou os serviços de manicure, pedicure e escova. O casal foi preso na manhã desta quinta-feira, dia 8, exatamente um mês após a morte do menino.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que o vereador Dr. Jairinho teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra o menino Henry Borel semanas antes da morte da criança. Ainda segundo as investigações, a mãe de Henry, Monique Medeiros, sabia de agressões. Jairinho teria se trancado no quarto para bater no menino. Investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) afirmam que o garoto foi assassinado. Ainda segundo os agentes, Dr. Jairinho agredia o menino com chutes e golpes na cabeça e que a mãe sabia.
No salão, Monique foi atendida por três profissionais, totalizando R$ 240 em serviços. Monique frequenta o local desde que se mudou, em novembro do ano passado, dois meses após conhecer o vereador durante um almoço profissional no Village Mall. Eles começaram a namorar em setembro e escolheram o apartamento 203 do bloco I do Majestic para dividir com a criança.
Em depoimento prestado na delegacia, Monique contou que, às 3h30 do dia 8, ela e Jairinho encontraram Henry caído no chão com mãos e pés gelados e olhos revirados. Ela disse acreditar que o filho pode ter acordado, ficado em pé sobre a cama, se desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona e caído no chão.
O casal então teria se arrumado e o levado ao Hospital Barra D’Or. Médicas pediatras que atenderam o menino na emergência, no entanto, garantem que ele já chegou morto e com as lesões descritas no laudo de necropsia. Os documentos apontam hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente, e que seu corpo apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões.
Procurado, o advogado André França Barreto, que representa Jairinho e Monique, não quis comentar a ida de Monique ao salão de beleza.