O vereador carioca Doutor Jairinho, investigado pela morte do menino Henry, de 4 anos, já foi acusado de envolvimento com uma milícia do Rio de Janeiro.
Em 2008, uma equipe de reportagem do jornal “O Dia” foi torturada por milicianos na Favela do Batan, na Zona Oeste carioca. Naquela ocasião, o pai de Jairinho, o deputado estadual, ex-policial militar e ex-preso pela Lava-Jato Coronel Jairo, foi apontado como um dos políticos envolvido com os criminosos.
No texto “Minha Dor Não Sai no Jornal”, escrito para a revista "piauí" em 2011, o fotógrafo Nilton Claudino — um dos dois jornalistas agredidos por sete horas — relata como duas figuras públicas estiveram presentes na sessão de tortura:
"A repórter reconheceu a voz de um vereador, filho de um deputado estadual. E ele a reconheceu. Recomeçou a porradaria. Esse político me batia muito. Perguntava o que eu tinha ido fazer na Zona Oeste. Questionava se eu não amava meus filhos.”
A Polícia Civil do Rio de Janeiro chegou a investigar o deputado Coronel Jairo seguindo a denúncia de que um de seus assessores, de nome “Betão”, havia abordado a equipe de reportagem antes da apuração jornalística começar. O inquérito policial, contudo, não foi o suficiente para indiciá-lo.
Em 2008, Doutor Jairinho, que não foi investigado, já ocupava uma cadeira de vereador na Câmara do Rio de Janeiro.
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