O advogado Rodrigo Marinho Crespo foi assassinado no centro do Rio de Janeiro, em fevereiro, porque incomodava uma organização criminosa que atuava na exploração de apostas online. A conclusão está na denúncia do Ministério Público enviada à Justiça. O crime ocorreu no dia 26 de fevereiro deste ano em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O QUE O MP APONTOU: A denúncia diz que o crime foi cometido por motivo torpe. "Demonstração de força e poder, haja vista que a atuação profissional da vítima, como advogado, vinha incomodando interesses escusos de organização criminosa atuante, dentre outras atividades, na exploração de jogos de apostas online", diz o MP-RJ.
O Ministério Público também ressalta que o assassinato aconteceu após uma emboscada: "Uma vez que o executor, ciente da rotina da vítima levantada após rotineira vigilância e monitoramento feita pelos demais denunciados, aguardou-a sair do trabalho, de maneira que foi atacada de inopino quando menos poderia supor o ataque".
EXECUÇÃO: A denúncia ainda afirma que há sinais claros de execução. O texto do MP-RJ destaca que o advogado foi atingido "por diversos disparos de arma de fogo, quando se encontrava de costas, em típico ato de execução sumária". Conforme informações da OAB, Rodrigo Crespo desenvolvia atividades em segmentos como loterias estaduais e consultoria para implantação de operações relacionadas a jogos que possuem amparo legal, como corridas de cavalos e torneios de pôquer, e costumava falar ali sobre regulamentação do mercado brasileiro de jogos lotéricos e registro de apostas.
PRISÃO: O juiz Cariel Bezerra Patriota decretou a prisão preventiva dos três homens suspeitos de executar o advogado. A Justiça ainda aceitou a denúncia do MP-RJ, tornando-os réus. São eles: o policial militar Leandro Machado da Silva, Cezar Daniel Mondêgo de Souza e Eduardo Sobreira de Moraes.