O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito que investigava o assassinato de Carlos Alexandre Pereira de Sousa, de 14 anos, sequestrado e executado em Teresina. O relatório final foi assinado nesta sexta-feira (25), e cinco pessoas foram responsabilizadas pelo crime, quatro adultos indiciados por homicídio qualificado e um adolescente, que será responsabilizado em procedimento específico da Delegacia do Menor Infrator.
O crime, segundo a investigação, foi motivado por uma disputa entre facções criminosas. Carlos Alexandre morava na Vila da Guia, região com presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), e desapareceu ao visitar uma área dominada pelo grupo rival Bonde dos 40, na zona Sul da capital. De acordo com o delegado Jorge Terceiro, a vítima não tinha antecedentes criminais, mas acabou sendo executada por suspeita de associação ao grupo adversário.
Indiciados pela Polícia Civil
• Francisco das Chagas Sousa (vulgo “Rato”)
Apontado como um dos líderes do Bonde dos 40 na região do bairro Três Andares, é acusado de envolvimento direto no sequestro e execução da vítima.
• Mateus Vinícius Ribeiro dos Santos (conhecido como “Pé de Porco”)
Indiciado como executor do crime. Segundo a investigação, participou ativamente da abordagem, sequestro e assassinato do adolescente.
• Michael Rodrigues de Freitas
Também apontado como executor. Junto aos demais, teve participação direta na captura e morte de Carlos Alexandre.
• Reginaldo de Freitas Martins
Músico, foi indiciado por ter cedido de forma consciente a caminhonete usada no sequestro, mesmo sabendo que o veículo vinha sendo utilizado em ações criminosas.
• Adolescente (nome preservado)
Envolvido na ação criminosa. O caso será acompanhado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Relembre o caso
Carlos Alexandre desapareceu no dia 26 de maio, na Vila da Guia, zona Sudeste de Teresina. Testemunhas afirmam que ele foi abordado por homens armados e forçado a entrar em uma caminhonete prata. O corpo foi encontrado dez dias depois, em 4 de junho, no povoado Torrões, zona Sul da cidade. A vítima foi executada com um tiro na cabeça e estava em avançado estado de decomposição.
A polícia acredita que Francisco das Chagas (“Rato”) já havia morado na mesma comunidade da vítima, mas migrou para a facção rival. Segundo o delegado Jorge Terceiro, ele reconhecia amigos e parentes do adolescente, o que reforça a hipótese de motivação territorial para o crime.