A equipe de reportagem da TV Meio Norte registrou o momento em que Suelene da Cruz Pessoa, sobrinha e ex-assessora especial do ex-prefeito Dr. Pessoa, foi presa pela Polícia Civil do Piauí na manhã desta terça-feira (14). A prisão aconteceu em uma casa localizada no Residencial Hugo Prado, zona Sul da capital.
O QUE SE SABE
Suelene, conhecida como “Sol”, é um dos alvos da Operação Gabinete de Ouro, deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR). A investigação apura um suposto esquema de corrupção dentro da Prefeitura de Teresina, durante a gestão de Dr. Pessoa, entre 2021 e 2024.
Imagens da TV Meio Norte mostram o momento em que Sol é conduzida por policiais civis e colocada em uma viatura para ser levada à sede do DECCOR. Ela não quis falar com a imprensa.
Prisões e mandados
A operação cumpriu 14 mandados judiciais, incluindo prisões temporárias, buscas e apreensões em Teresina e Timon (MA). Além de Suelene, dois homens identificados como Mauro e Rafael também foram presos. A Polícia Civil ainda cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de um advogado, cujo nome não foi divulgado.
Segundo o Poder Judiciário, foi determinado o bloqueio e sequestro de bens, imóveis, veículos e valores que somam mais de R$ 74 milhões, suspeitos de terem sido comprados com dinheiro desviado de contratos públicos.
Entre os bens atingidos pela decisão judicial estão uma residência de alto padrão, um apartamento e um terreno. Conforme apontado pelas investigações, indivíduos que ocupavam cargos estratégicos na Prefeitura contavam com o apoio de servidores comissionados e terceirizados, também alvos da operação, os quais atuavam como operadores financeiros do esquema criminoso. As apurações indicam ainda que as atividades da organização envolviam majoritariamente empresas do setor de construção civil e prestadoras de serviços.
Delegado explica origem da operação
Em entrevista à TV Meio Norte, o delegado Dennis Sampaio, coordenador do DECCOR, explicou que a operação começou a partir de uma denúncia anônima sobre irregularidades na antiga gestão municipal.
“A gente recebeu mensagens e informações sobre situações delitivas dentro da antiga gestão do Dr. Pessoa. Quando identificamos, fizemos diligências e conseguimos demonstrar algumas condutas envolvendo agentes públicos e servidores”, disse o delegado.
Ele afirmou que a operação tem o objetivo de reunir provas e aprofundar o caso. “O nosso trabalho buscou identificar e trabalhar em cima de uma denúncia feita na unidade, uma denúncia anônima inicialmente. Identificamos alguns servidores que tinham certo protagonismo dentro da atuação, principalmente envolvendo terceirizados e fornecedores. O objetivo da apreensão é recolher material e evoluir com os trabalhos, dentro do que a gente aprendeu”, explicou.