Teresina está passando por uma grande transformação em sua infraestrutura de mobilidade urbana. O metrô da capital, que há décadas opera com limitações, começou a ser ampliado e modernizado, com obras que prometem transformar o transporte público da cidade.
No início de janeiro, a CAIXA e o Governo do Piauí formalizaram dois contratos que viabilizam as obras de reestruturação do sistema metroviário. A assinatura dos acordos ocorreu durante a inauguração das novas instalações da sede da Companhia Ferroviária e Logística do Piauí (CFLP) e contou com a presença do governador Rafael Fonteles, do diretor de Infraestrutura da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, André Morais, do vice-presidente de Governo em exercício da CAIXA, Tiago Cordeiro, além de outras autoridades.
Investimento histórico e obras previstas
O projeto, que prevê um investimento total de R$ 340 milhões, e chega com a aquisição de novos Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), reforma e construção de estações modernas, requalificação da malha ferroviária e a urbanização das áreas ao redor das estações. Se somados todos os investimentos, são mais de R$ 600 milhões de reais aplicados no fortalecimento da malha metroviária de Teresina, segundo o governador.
Entre as novidades está a construção de uma nova ponte ferroviária sobre o Rio Poti, que deve ampliar o alcance do metrô, além de atender regiões que atualmente estão fora da cobertura do modal.
Outra medida importante foi a tarifa zero no metrô, ação inédita no Brasil. Essa gratuidade, financiada por impostos estaduais, quer alcançar a população de baixa renda e incentivar o uso do transporte público. Atualmente, cerca de 4 mil passageiros utilizam o serviço diariamente, mas a expectativa é que esse número triplique até a conclusão das obras.
Obras e expansão do sistema metroviário
O plano de modernização apresenta a duplicação dos atuais 13,5 km de trilhos e a construção de três novas estações nos bairros Mafuá, Piçarra e São João. As cinco estações já existentes – Itararé, Renascença, Frei Serafim, Boa Esperança e Alberto Silva – passarão por reformas completas, com aposta em escadas rolantes, plataformas acessíveis e maior integração com outros modais de transporte, como ônibus e bicicletas.
As obras, iniciadas em 2024, têm previsão de conclusão em 2026. Durante esse período, serão adquiridos três novos VLTs de tecnologia avançada, que aumentarão a capacidade de transporte diário para até 12 mil passageiros e reduzirão o intervalo entre os trens para 15 minutos.
Impactos urbanos e desafios
O projeto também exige a desapropriação de 47 imóveis em áreas estratégicas. De acordo com a Secretaria de Transportes, os proprietários serão indenizados com base em critérios justos e transparentes.
Sustentabilidade e integração regional
O governo estuda ampliar a integração do metrô com outros modais, como ônibus, vans e bicicletas, além de avaliar a possibilidade de estender a linha até Timon, no Maranhão, conectando a capital piauiense a regiões metropolitanas vizinhas.
A modernização do sistema também busca reduzir os impactos ambientais ao incentivar o uso do transporte coletivo e diminuir a emissão de poluentes gerada por veículos particulares.
Expectativa para o futuro
Segundo o ex-governador Wilson Martins, atual presidente da CFLP, a modernização será um divisor de águas para Teresina. “Ao final das obras, o metrô será capaz de atender até 40 mil passageiros por dia, reduzindo o tempo de viagem entre o Terminal Itararé e a Praça da Bandeira de 35 para 22 minutos”, afirmou.
Parte dos materiais para as obras, como dormentes e trilhos importados da China, já chegou à cidade. Isso tem permitido o avanço das intervenções, como a conclusão da Estação Itararé, prevista para fevereiro deste ano, e o início das reformas nas estações Boa Esperança e Frei Serafim
RETOMADA DO FUNCIONAMENTO
O Metrô de Teresina terá o funcionamento retomado na próxima segunda-feira (27), após os serviços serem suspensos na quinta (23) e sexta-feira (24) devido a obras de deslocamento da via férrea na Estação Renascença.
A Companhia Ferroviária e de Logística do Piauí (CFLP) informou que a suspensão foi necessária para permitir o deslocamento de dormentes e trilhos, visando a liberação de espaço para a construção da nova estação Renascença.