Lucélia Maria da Conceição Silva, presa suspeita de envenenar os irmãos João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8 anos, em Parnaíba, foi declarada inocente pela Justiça do Piauí na tarde desta terça-feira (14), doze meses após o crime que comoveu o país.
A informação foi confirmada à MeioNorte pela defesa de Lucélia.
A justiça se operou, é um grande dia para o escritório, é um grande dia para Dona Lucélia, a justiça realmente tardou, mas aconteceu, e como dito: é um dia de celebração. O escritório fica muito satisfeito, sempre fomos combativos no processo, sempre identificamos as falhas nas investigações e também nos excessos cometidos em detrimento da pessoa da Lucélia, afirmou o advogado Sammai Cavalcante.
CASO DE REVIRAVOLTAS
O caso ocorreu em agosto do ano passado e Lucélia Maria chegou a ficar 5 meses presa investigações posteriores revelaram que as mortes foram planejadas pelo padrasto, Francisco de Assis. Ele e a companheira, Maria dos Aflitos, estão atualmente presos pelos assassinatos dos familiares. As vítimas do caso foram:
- João Miguel Silva (sete anos de idade)
- Ulisses Gabriel Silva (oito anos)
- Manoel Leandro da Silva (18 anos de idade)
- Maria Lauane Fontinele Lopes Silva (três anos de idade)
- Francisca Maria Silva (32 anos de idade)
- Maria Gabriele Silva (quatro anos de idade)
- Lívia Maria Leandra Silva (17 anos)
- Maria Jocilene da Silva (41 anos)
PERDEU A CASA
Na época, a casa de Lucélia foi incendiada pro vizinhos na madrugada de 24 de agosto, no bairro Primavera, em Parnaíba, em detrimento a gravidade dos casos. Lucélia perdeu todos os bens materiais.
Ainda segundo o advogado, a decisão foi proferida nessa segunda-feira (13) e a defesa entrará com ação contra o Estado para ressarcimento por danos morais e materiais.
A Lucélia vem se reconstruindo. Ela não tem uma casa própria ainda, ela busca muito apoio moral para se reconstituir, porque isso a estigmatizou muito, deixou uma marca muito profunda nela. E apesar de ela estar se reconstruindo moralmente, a reparação material, a falta de segurança pública que não assistiu a Lucélia, principalmente no dia que a casa foi incendiada, merece ser julgado esse petitório em relação a esse cunho indenizatório, tanto no âmbito material quanto no âmbito moral. A Lucélia sofreu muito e o sofrimento, mesmo que apenas moral, que é uma coisa grotesca, ele é indenizável.