Justiça condena estelionatário que enganava mulheres no Tinder com falsos empréstimos

A Justiça do Piauí condenou Antonio de Pádua Mota Reis a 2 anos, 3 meses e 29 dias de prisão por estelionato e falsa identidade. O homem se passava por advogado e enganava várias vítimas, que conquistava através do Tinder. Em Parnaíba, uma mulher chegou a fazer 14 transferências bancárias, tendo um prejuízo de R$ 4 mil.

O maior aliado do acusado, neste caso, é a primariedade técnica, pórem responde a outros processos pelo mesmo crime onde sequer foi citado. Solar, portanto, a contumácia do acusado na prática de delito de ESTELIONATO contra várias vítimas, a sua acentuada periculosidade, os antecedentes criminais desfavoráveis e o risco premente que o mesmo causa a ordem pública, justifica a decisão da Justiça.

COMO OCORRIA O CRIME?

Antonio Reis foi preso em um restaurante na zona Sul de Teresina no dia 9 de janeiro deste ano. Se passando por advogado, ele recebia dinheiro sob a falsa promessa de empréstimos e, em seguida, desaparecia.

Além disso, Antonio aplicava golpes relacionados à suposta venda de veículos. O suspeito teria cometido esses crimes em Teresina e em municípios do interior do Piauí, como Parnaíba e Campo Maior. 

A vítima era uma jovem que foi ludibriada por esse indivíduo. Eles se conheceram no aplicativo, no Tinder, e ele, após várias conversas com ela, convenceu, né a fazer alguns empréstimos em seu nome, só que para fazer esses empréstimos, essa vítima tinha que depositar vários valores como se fosse uma taxa para aprovação. Ao todo, foram feitos 14 depósitos, explicou o delegado Ayslan Magalhães na época.

ACUSADO DE OUTROS CRIMES

Outra situação envolvendo o falso advogado ocorreu em Valença. Na ocasião, a vítima relatou que iria denunciá-lo e, em contrapartida, Antonio ameaçou a mulher, “tendo ele dito que iria com chumbo grosso para cima da vítima”.

[Ela] conheceu o acusado através do aplicativo 'Tinder' e após isso, passaram a conversar pelo whatsapp, tendo o mesmo lhe oferecido em 12/09/2024, uma Carta de Crédito, que diante da insistência dele, aceitou, tendo pago várias taxas solicitadas por ele, totalizando valor superior a R$ 5.000,00 reais, com a promessa de que o valor seria reembolsado, no entanto, não teve o dinheiro devolvido, nem obteve a carta de crédito, consta nos autos. 

A condenação foi proferida no dia 28 de fevereiro de 2025. Em março, a defesa de Antonio se manifestou com uma apelação contra a sentença do falso advogado.