A Jornalista Eli Lopes, do Grupo Meio de Comunicação, decidiu romper o silêncio e revelar que foi vítima de importunação sexual. O caso, ocorrido em 2020, ainda aguarda julgamento. Na época, o acusado enviava fotos de cunho sexual e a perseguia pelas redes sociais. Ele foi preso em Piripiri, a cerca de 165 quilômetros de Teresina (PI), onde a vítima reside com a família.
COMO TUDO COMEÇOU?
Há cerca de quatro anos, a jornalista começou a receber mensagens diretas no Instagram. Perfis que se apresentavam como 'Edson' e 'Aurélio' enviavam repetidamente fotos de órgãos genitais. Em outra ocasião, um indivíduo identificado como 'Marcelo Cabral' chegou a utilizar fotos da vítima para criar montagens de cunho sexual.
“Primeiro eu ficava muito constrangida, porque eu passei a me culpar um pouco por isso, em pensar que eu estava publicando alguma foto que provocasse, que sensualizasse, quando na realidade eu postava foto, eu, meu filho, meu marido, nada em excesso que pudesse justificar aquele assédio dele. E assim, eu comecei a me sentir em risco e eu decidi que ia denunciar”, explicou a Jornalista.
Assista à entrevista!
INVESTIGAÇÃO
Em 2021, Eli Lopes decidiu denunciar o caso à Polícia Civil e passou a ser acompanhada pelas autoridades. As forças de segurança conseguiram rastrear o IP do suspeito e efetuaram sua prisão em Piripiri (PI). O homem pode ser condenado a uma pena de 6 meses a 2 anos de prisão por stalking — perseguição insistente a alguém, que pode acontecer no mundo real ou nas redes sociais. É um crime que causa medo e constrangimento às vítimas.
“A polícia iniciou as investigações acerca do crime de stalking. Nós fizemos uma busca e apreensão e aprendemos o celular que ele usava para cometer esses crimes”, disse o delegado Alisson Landim, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
O QUE AINDA FALTA SER RESOLVIDO?
A audiência de instrução e julgamento estava prevista para ocorrer nos últimos dias, mas foi adiada devido à mudança de endereço da 8ª Vara Criminal de Teresina, sem nova data definida.
“É um processo que precisa ser revisto. As mulheres são estimuladas a denunciar, mas acabam se desestimulando pela morosidade [...] se fosse uma pessoa violenta, agressiva, alguém que quisesse me matar, é muito provável que eu já estaria morta”, desabafou a Jornalista Eli Lopes.