“IML abriu a cabeça do músico e não tinha lesão”, rebate perito sobre nota do HUT

O diretor do IML argumentou que o SAMU, que prestou os primeiros socorros, não tem competência para avaliar lesões internas, ao contrário do IML, que realizou exames minuciosos no cérebro da vítima.

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Mpn | FOTO: Reprodução

O Instituto Médico Legal de Teresina se posicionou sobre a nota do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) emitida nesta segunda-feira (03) sobre a morte do músico Carlos Henrique de Araújo Rocha. O diretor do IML, o médico legista Antônio Nunes, reafirmou que “não há nenhuma lesão por projétil de arma de fogo” no corpo da vítima. 

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O QUE AFIRMOU O HUT?

O HUT afirmou em nota que: “Segundo a equipe do Samu que prestou o socorro inicial, o paciente havia sofrido uma perfuração de arma de fogo na região da cabeça", contradizendo o informado pelo IML na sexta-feira (31), sobre Carlos Henrique ter ido a óbito em decorrência de politraumatismo e lesões por ação contundente, devido ao impacto da colisão, provocado por criminosos em fuga da Polícia Militar na quinta-feira (30). 

Em entrevista ao Meio News, o diretor do IML argumentou que o SAMU só consegue visualizar a superfície do corpo, e que no IML “o cérebro foi retirado do crânio”.

“Na verdade, não há nenhuma reviravolta. Para nós está tudo normal. O SAMU disse que tinha ferimento de arma de fogo, mas o SAMU só pega a pessoa na rua com sangue seco, local mal iluminado, e leva para o hospital. Mas, foi o IML quem abriu a cabeça, e não tinha.  Tem lesões, e eles entenderam que era um projétil de arma de fogo, só que não tem lesão no crânio”, explicou o doutor Antônio Nunes, diretor do IML.

Colisão que ceifou a vida do músico Carlos Henrique em Teresina | FOTO: Reprodução

O legista Antônio Nunes pontuou que não julga a procedência da nota, e enfatizou que “eles (SAMU) viram a lesão, e a lesão existe, mas de forma interna, não há marca de projétil”. 

“Perícia quem faz é o IML e não o SAMU. O Samu apenas salva vidas [...] a gente trabalha direito, porque a gente viu, e eles não inventaram nada, tem muitas lesões, mas de forma interna, não tem projétil aqui”, enfatizou.

POSSÍVEL EXUMAÇÃO

O pai do músico, Carlos Batista, questionou a veracidade dos fatos expostos pelas autoridades e alegou que tem provas de que o filho foi baleado. “Estas informações que recebi são tudo ao contrário, foi tudo errado. Meu filho foi morto com tiro à queima-roupa dentro do carro, meu filho foi tirado para fora do carro e jogado para fora como cachorro”, questionou. 

A reportagem do Meio News indagou o médico Antônio Nunes sobre a possibilidade de uma exumação, que é o processo de retirada dos restos mortais de uma pessoa de uma sepultura para uma determinada finalidade. Ele afirmou que “se houver a decisão, será cumprida, sem nenhum problema”. 

NOTA DA SSP

A Secretaria de Segurança Pública do Piauí vem a público esclarecer que não há dúvidas sobre a causa da morte do jovem Carlos Henrique, ocorrida em Teresina no último sábado(1). Ratificamos o laudo do Instituto Médico Legal (IML) que aponta como causa o politraumatismo e lesões por ação contundente, provocados após colisão no veículo onde a vítima se encontrava, e não há evidência alguma de que ele foi alvejado por disparo de arma de fogo.

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Piauí já prestou todos os esclarecimentos à família da vítima, que teve acesso às imagens das câmeras de segurança do local do acidente. 

Em solidariedade e respeito à família de Carlos Henrique, as imagens não serão divulgadas à imprensa, mas serão anexadas ao inquérito policial, previsto para finalizar em até 30 dias pelo DHPP.

NOTA DO HUT

O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) vem a público esclarecer os fatos relacionados ao atendimento prestado ao paciente Carlos Henrique de Araújo Rocha, músico que deu entrada no hospital na madrugada de 30 de maio e que veio a óbito poucas horas depois.

Carlos Henrique deu entrada no HUT por volta das 03h da manhã, via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao chegar, ele foi prontamente recebido na sala de Trauma devido à gravidade de sua condição. Segundo a equipe do Samu que prestou o socorro inicial, o paciente havia sofrido uma perfuração de arma de fogo na região da cabeça.

Com base nessas informações, a equipe médica do HUT iniciou imediatamente o atendimento e os procedimentos necessários para a estabilização do paciente. Dada a gravidade do caso, foram solicitados exames de imagem, incluindo uma tomografia do crânio, com o intuito de determinar a melhor conduta médica para o seu tratamento.

Para a realização dos exames com segurança, é necessário que o paciente esteja em condição estável. Apesar dos esforços incansáveis da equipe médica, o paciente Carlos Henrique de Araújo Rocha veio a óbito antes de ser estabilizado.

O Hospital de Urgência de Teresina expressa suas mais profundas condolências à família e amigos do músico Carlos Henrique de Araújo Rocha neste momento de dor e reafirma o compromisso de prestar o melhor atendimento possível a todos os seus pacientes, sempre com o objetivo de salvar vidas e minimizar o sofrimento.



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