O Instituto de Metrologia do Piauí (IMEPI) anunciou, nesta semana, duas medidas que marcam uma nova etapa da Operação Carbono Oculto 86, ação que investiga possíveis irregularidades em combustíveis e na sinalização obrigatória utilizada pelos postos no estado. As medidas reforçam o rigor das apurações e o estímulo às boas práticas no setor.
Placas apreendidas serão periciadas fora do estado
Segundo o diretor-geral do IMEPI, Júnior Macêdo, as placas de combustíveis recolhidas ao longo da operação, utilizadas para informar preços e atender exigências do órgão, serão enviadas para perícia técnica na Bahia.
“Esses postos já sofreram autuação com bomba baixa. No mandado de busca e apreensão da Polícia Civil, havia indício de fraude eletrônica. Fizemos nosso trabalho de polícia administrativa, recolhemos as placas eletrônicas das bombas e todas foram lacradas. Agora estão indo para o laboratório do Imetro-BA, com acompanhamento de fiscais do IMEPI, para emissão do laudo que será anexado ao inquérito da Polícia Civil e da Polícia Militar", falou.
Por que a perícia externa é importante?
A análise independente poderá confirmar, com precisão, se houve adulteração, manipulação dos dados ou violação das normas vigentes. O procedimento é visto como fundamental para dar transparência, credibilidade e base técnica sólida às investigações.
Segundo Júnior Macedo, os postos envolvidos permanecerão fechados, assim como os combustíveis armazenados. “De acordo com o secretário Chico Lucas, os postos continuarão fechados até segundo mandato. Houve indício de fraude eletrônica e as placas foram recolhidas para análise. Todos os tanques estão lacrados. Nada pode ser feito até o fim do inquérito. Depois, esses combustíveis terão que ser retirados e reanalisados, porque não podem ir direto para o tanque do consumidor”, contou.
Fiscalizações continuam em todo o Piauí
Apesar da operação, o trabalho cotidiano do IMEPI segue em andamento. “O trabalho do IMEPI é rotineiro. Todo mês acontece fiscalização. Só em Teresina são mais de 350 postos, e no Piauí cerca de 1.500. Temos uma parceria importante com o Ministério Público e o Procon: o Procon verifica a qualidade do combustível e o IMEPI verifica a quantidade, lacres, mangueiras e possíveis fraudes eletrônicas.”
“Tivemos operação em Piripiri, onde autuamos vários postos por bomba baixa e lacramos um por etanol acima do permitido. A maioria dos postos trabalha corretamente, e esses poucos irregulares prejudicam tanto o consumidor quanto os empresários sérios.”
IMEPI abre diálogo com o Sindicato dos Postos
Paralelamente ao avanço das investigações, o IMEPI instaurou um novo canal de comunicação com o SindiPostos, sindicato que representa os proprietários de postos de combustíveis no Piauí. Segundo Francisco Neuton, coordenador de operações do INMET, a parceria é importante para cooperação entre os órgãos.
“Essa parceria é muito importante. Estamos em acordo de cooperação técnica para um georreferenciamento, integrando o aplicativo Fala Consumidor do IMEPI com o Ministério Público. Assim, teremos o mapeamento de todos os postos e das operações, para que o consumidor esteja informado.”
Selo ‘Posto 100% Regular’ é lançado
Como parte desse alinhamento, o IMEPI anunciou a criação de um selo oficial de conformidade para os postos que cumprirem integralmente as normas dos órgãos de controle. "Esse selo vem para beneficiar a população, permitindo identificar os postos que realmente trabalham de forma correta.”
O que muda com o selo?
• Mais segurança para os consumidores na hora de abastecer;
• Reconhecimento e visibilidade para postos que seguem as regras;
• Transparência para o mercado, evidenciando quem cumpre a legislação.