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Homem é indiciado por tentativa de feminicídio após levar mulher em estado grave a hospital de Teresina

O caso ocorreu em junho deste ano e foi denunciado por testemunhas que desconfiaram da situação após o homem mentir sobre identidade da vítima.

Sérgio Belo foi indiciado por tentativa de feminicídio | Foto: Reprodução
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Sérgio Belo de Lira Macedo foi indiciado por tentativa de feminicídio contra sua companheira, Rayane do Nascimento Souza, após deixá-la em estado crítico na UPA do Promorar, em Teresina. O caso ocorreu em junho deste ano e foi denunciado por testemunhas que desconfiaram da situação após o homem mentir sobre identidade da vítima.

O QUE ACONTECEU

Segundo familiares, Rayane era afastada da família há 6 anos e vinha sofrendo agressões do companheiro, que a manteve sob controle e isolamento. No dia 9 de junho, o suspeito levou a mulher ao hospital alegando que a vítima havia sofrido um acidente doméstico, mas exames médicos comprovaram que os machucados eram incompatíveis com queda ou acidente. 

De acordo com o relatório clínico da vítima, Rayane apresentava escoriações e equimoses por todo o corpo, anemia grave, teste de HIV positivo, distúrbios hidroeletrolíticos, taquicardia, afasia, lesão na mandíbula, ausência de dentes, sendo diagnosticada em estado catatônico orgânico, sem reagir a estímulos. Sérgio Belo mentiu seu nome aos profissionais, dizendo que ela se chamava Gabriela do Nascimento, e impediu o contato com familiares. Só após a identificação correta foi possível comunicar o pai de Rayane, que não tinha notícias da filha há seis anos.

MORTE DA VÍTIMA E INDICIAMENTO DO SUSPEITO

Dias depois, a vítima morreu no Hospital Natan Portela, após complicações decorrentes das agressões. A delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do DHPP, esclareceu que Sérgio não foi indiciado por feminicídio inicialmente porque, no momento da conclusão do inquérito, a vítima ainda estava viva.

“Na época em que finalizamos o inquérito, ele estava preso preventivamente e tínhamos dez dias para finalizar. Quando encerramos, ela ainda não tinha falecido, então indiciamos por tentativa de feminicídio. Posteriormente, quando tomamos conhecimento do óbito, comunicamos no processo a nova condição dela. Agora, está para análise do Ministério Público, que deve denunciá-lo por feminicídio consumado”.

O caso segue agora para o Ministério Público, que poderá apresentar denúncia por feminicídio consumado. A investigação continua para apurar a responsabilidade total do suspeito e possíveis antecedentes de violência.

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