Sob forte comoção, familiares e amigos de Marly Ribeiro da Silva, Kassandra de Sousa Oliveira e Tiago Henrique do Nascimento, realizaram um ato pacífico na BR-316, zona Sul de Teresina, na tarde desta quarta-feira (06), um mês após as mortes. O pedido foi de justiça em prol das duas mulheres mortas por atropelamento, cometido por Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa, namorado do blogueiro Pedro Lopes Lima Neto, conhecido como “Lokinho”, assim como pelo homem que morreu a tiros efetuados por um policial militar em uma confusão após o acidente.
"Quero pedir justiça pela minha tia e por todos que estão aqui, porque todos nós perdemos algum ente querido. A dor é insuportável e não vai sair do coração nunca!", afirmou a sobrinha de Kassandra de Sousa, uma das vítimas do acidente. O pedido dela representou dezenas de pessoas que, tomadas pelos sentimentos de dor, luto e indignação, protestaram contra a impunidade para o casal de influenciadores digitais e ao policial militar.
"É uma dor que a gente não esquece nunca mais. Uma hora dessas a minha filha estava junto a mim, mas hoje faz um mês sem a minha filha, que tiraram a vida da minha filha e foi junto um pedaço do meu coração. Agora, eu só quero justiça. Eles têm que pagar pelo que fizeram e isso não pode ficar impune!", disse com a voz embargada a mãe de Marly Ribeiro, a segunda mulher vítima do acidente.
O ato pacífico foi marcado por cartazes, balões, velas acesas e forte comoção, inclusive, com a participação de testemunhas da tragédia.
O QUE ACONTECEU?
Na noite de 6 de outubro, uma família foi atropelada por uma Rampage, conduzida por Stanlley. Câmeras de segurança registraram o acidente. O carro estava em alta velocidade, e o jovem não possui habilitação, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O Ministério Público do Piauí denunciou Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa e Pedro Lopes Lima Neto (Lokinho) por crimes de duplo homicídio e lesão corporal grave.
As investigações e laudos periciais apontaram que o acidente aconteceu porque Stanlley Gabryell mudou repentinamente de faixa em alta velocidade e em direção às vítimas. O promotor de Justiça ofertou denúncia contra Lokinho porque argumentou que o influenciador digital assumiu o risco e as consequências ao entregar a direção da caminhonete dele a uma pessoa sem carteira de habilitação.
O órgão ministerial solicita que a Justiça do Piauí receba a denúncia, faça a citação dos acusados e realize as audiências necessárias. Além disso, é requisitado fixação de um valor para indenização de reparação aos familiares das vítimas, caso eles sejam condenados.
HOMICÍDIO APÓS O ACIDENTE
Após o atropelamento, a população tentou agredir os acusados e, na ocasião, um policial militar surgiu e abriu fogo, matando o mecânico de motos Tiago Henrique do Nascimento, de 28 anos.
Até o momento, o acusado não foi responsabilizado.