
A família do sargento João de Deus Teixeira dos Santos, que morreu após ser baleado na cabeça durante uma discussão com outro policial por estacionamento, contestou a fala da defesa do Raimundo Limares, acusado de cometer o crime. Em entrevista a Rede Meio, a filha da vítima, Sandra Teixeira, contrariou a versão do advogado de que o pedido da reconstituição do crime tenha sido por conta do depoimento de sua mãe.
Ontem o advogado de defesa do assassino do meu pai deu uma entrevista onde ele fala que era de interesse do cliente dele que essa a reconstituição fosse feita. Tenho cá as minhas dúvidas. Porque a reconstituição foi pedida pela Polícia Civil, doutor, não mediante ao depoimento que a minha mãe deu, como o senhor citou. Mas foi pedido por conta de divergências no depoimento do seu cliente, que ia de encontro ao que as testemunhas falaram no depoimento.
PRAZO DO LAUDO FOI PRORROGADO
Após um mês da reconstituição da morte do PM, o departamento de polícia científica prorrogou o prazo para entrega do laudo final. No dia 7 de janeiro, o delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) relatou que o policial investigado apresentou uma versão dos fatos que se mostrou contraditória e que o objetivo da perícia é de esclarecer o ocorrido. Confira trechos da fala da filha da vítima:
FAMÍLIA ESTÁ ABALADA
Minha mãe deu o depoimento dela dois dias depois do fato. Minha mãe muito abalada, traumatizada. Até hoje, ela tem dificuldades para dormir, não se alimenta direito. Então, naquele momento, ela de fato não se lembrava de muita coisa. Ela se lembrava muito do meu pai no chão agonizando, depois de receber um tiro na cabeça do seu cliente.
Quem não está vivendo, quem não está tendo como viver por conta da ausência do meu pai, é a minha família, né? Que estamos tendo que fazer terapia para suportar esse momento difícil, tomando medicação muitas vezes para dormir, porque é difícil.
FAMÍLIA SE MUDOU APÓS O OCORRIDO
Ontem o jornalista da TV Meio teve na frente da casa do meu pai para fazer uma matéria a respeito do assunto. Em dado momento bateu no portão e não saiu ninguém porque não tem mais ninguém na casa. Minha mãe não conseguiu permanecer no lugar onde ela perdeu seu companheiro de mais de 40 anos. Querendo ou não o assassino do meu pai, a janela dele fica de frente, o portão dele fica de frente para casa do meu pai e ter que conviver com a situação é muito doloroso.
FAMÍLIA QUER CONDENAÇÃO POR HOMICÍDIO QUALIFICADO
Quero agradecer a polícia científica e estamos aguardando que esse laudo saia o mais breve possível, acredito que já tenha sido concluído, tá faltando pouca coisa para que seja divulgado. E a partir daí é que a gente espera que as coisas andem. [...] E o que a gente quer é uma condenação, sim, por homicídio qualificado.
RELEMBRE O CRIME
No dia 5 de novembro de 2024, no bairro Parque Sul, zona Sul de Teresina, Raimundo teria estacionado o carro de uma forma que impedia o acesso do sargento ao portão de casa. Por sua vez, o suspeito afirmou que a vítima teria batido em seu veículo, ocorrendo uma discussão e a troca de tiros. O sargento João de Deus foi atingido e socorrido, mas morreu no dia 11 de novembro no Hospital de Urgência de Teresina.
O policial militar do Maranhão se apresentou à polícia dois dias depois, e disse que disparou em legítima defesa. Tanto a arma de fogo dele quanto da vítima foram apreendidas.