
Teresina sediou no período de 18 a 20/03, o curso de formação do “Escravo, Nem Pensar!”, que é um programa nacional de prevenção ao trabalho escravo, realizado no auditório do Centro de Apoio Pedagógico (CAP), no bairro Monte Castelo, zona Sul de Teresina. O curso foi ministrado pelo assessor de Educação de Políticas Públicas, Rodrigo Teruel, e a analista Tatiana Waldman, ambos da Repórter Brasil.
Thamires Silva, que faz parte da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas no Estado do Piauí, esteve presente no evento e disse que essa é uma oportunidade de promover atividades educativas de prevenção e combate ao trabalho escravo, “sendo que as denúncias devem ser feitas através de vários canais”, pondera, referindo-se ao aplicativo Pardal, do Ministério Público do Trabalho; Disque 100, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, além do aplicativo Direitos Humanos BR, serviço do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Público do evento
Segundo Raimundo Rodrigues, da Gerência de Inclusão de Diversidade da Secretária de Estado da Educação do Piauí (Seduc-PI), o curso é voltado para coordenadores pedagógicos e técnicos de ensino de 11 Gerências Regionais, sendo 5 de Teresina e as outras de Bom Jesus, Campo Maior, Oeiras, Uruçuí e Barras.
O trabalho de formação é uma parceria da Seduc-PI com a ONG Repórter Brasil e, conforme Raimundo, “a importância do evento é levar informações aos nossos professores sobre o trabalho análogo a escravidão que é uma realidade que existe, embora o Brasil tenha passado por quatro séculos de escravidão e, mesmo nos dias de hoje, após a abolição da escravidão em 13 de maio de 1888, ainda nos deparamos com situação de trabalho análogo à escravidão”, explica o representante da Seduc-PI, mencionando que o curso é para formar os professores, técnicos e pedagogos das Gerências Regionais para levarem essa conscientização aos alunos.
Rodrigo Teruel esclarece que, o trabalho escravo, que foi o tema principal discutido durante os três dias de formação, é uma prática criminosa prevista no Código Penal, “mas que, infelizmente, também acomete o Piauí ou trabalhadores piauienses que acabam escravizados em outros estados pelo processo de imigração”, explica, mencionando a ideia do projeto é garantir que essas pessoas sejam prevenidas de serem aliciadas para exploração laboral.