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Crea-PI diz que há risco de queda de outro bloco de concreto de 2 metros no Viaduto da Miguel Rosa

Ainda não há previsão de interdição no local. Segundo Hércules Medeiros, presidente do órgão, a situação é preocupante

Crea-PI faz vistoria no Viaduto Miguel Rosa, em Teresina, após concreto cair | Foto: Saymon Lima
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O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) realizou, nesta quinta-feira (18), uma inspeção técnica no Viaduto da Avenida Miguel Rosa, na zona Sul de Teresina. A vistoria aconteceu após um bloco de concreto se desprender da estrutura. Até o momento, não há previsão de interdição na estrutura.

Durante a vistoria, engenheiros identificaram que outro bloco de concreto, maior e com cerca de dois metros, também corre risco de cair. O presidente do Crea-PI, Hércules Medeiros, esteve no viaduto com a equipe técnica, que utilizou um drone para registrar imagens aéreas e avaliar a estrutura. Segundo ele, a situação é preocupante e exige providências dos órgãos responsáveis.

“Vamos comunicar a prefeitura e todos os entes envolvidos para repassar essas informações. Se essas ligações não estiverem corretas, existe o risco tanto da peça cair quanto de um veículo sair do tabuleiro”, afirmou.

Quanto ao bloco de concreto que caiu na tarde de ontem, os engenheiros encontraram marcas metálicas no concreto que caiu e também em partes da estrutura que ainda estão no viaduto. Isso indica que um veículo pode ter atingido o local. “Existe uma marca metálica tanto no elemento que estava no chão quanto nos elementos lá em cima. Constatamos que isso foi causado por dois fatores: o bloco já estava sob certa compressão, justamente no ponto onde existe um desnível de cerca de 13 centímetros, e também houve um complemento de carga no momento em que um veículo passou pelo local”, explicou.

Outro ponto destacado pelo engenheiro é a possível falha na ligação entre os blocos de concreto e o tabuleiro do viaduto. Segundo ele, esses elementos são importantes para manter os veículos na pista e evitar quedas do elevado, o que aumenta a preocupação com a segurança de quem trafega pelo local.

“Além do desnível, chama atenção o fato de que a ligação entre os blocos de concreto e o tabuleiro talvez não tenha sido executada de forma adequada. Ao verificar que o bloco não tem uma ligação correta, isso se torna motivo de muita preocupação. Pode cair um motociclista, um carro. Isso é complicado e pode causar um acidente fatal”, disse. 

Ainda segundo o Crea-PI, há a possibilidade de que a origem do problema esteja relacionada a intervenções anteriores de manutenção, seja durante reparos feitos pela prefeitura ou em outras obras realizadas no local. 

HÁ POSSIBILIDADE DE INTERDIÇÃO?

Questionado sobre a possibilidade de interdição parcial do viaduto, Hércules Medeiros afirmou que a decisão cabe ao poder público municipal, mas ressaltou que a interdição será necessária durante os trabalhos de manutenção.

“Então assim, interditar nesse momento, repassar essa notícia da interdição, aí quem vai definir é realmente a Prefeitura, a SDU.” “Agora, durante a manutenção isso é uma coisa que é extremamente necessária, não tem como você fazer a manutenção com os veículos transitando. Vai ser feita essa interdição durante a manutenção.”

“Agora se vai ser feita nesse momento, aí isso vai ser discutido com a Prefeitura.” O Crea-PI informou que seguirá comunicando a Prefeitura de Teresina e os demais órgãos competentes sobre os riscos.

DESNÍVEL NA PISTA

O viaduto já vinha sendo monitorado devido ao desnível de 13 centímetros na pista, que tem aumentado ao longo do tempo. Como medida preventiva, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) reduziu a velocidade máxima permitida no trecho e proibiu a circulação de veículos pesados.

Em nota, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sul (SDU Sul) informou que a obra do viaduto foi executada pelo Governo do Estado do Piauí, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem do Piauí (DER), e que a situação está sendo acompanhada em conjunto com os órgãos competentes. A estrutura deverá passar por nova avaliação técnica para definição das providências cabíveis, incluindo a possibilidade de interdição parcial ou total, caso seja necessário.

NOVAS REGRAS

Em novembro, passaram a vigorar novas regras de tráfego para quem circula pelo viaduto da Avenida Miguel Rosa. As mudanças foram definidas pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) após um relatório técnico do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) apontar um rebaixamento de 13 centímetros na estrutura do elevado e recomendar intervenções imediatas.

O que mudou para quem passa pelo viaduto

1. Velocidade reduzida

    •    O limite de velocidade na parte superior do viaduto cai de 60 km/h para 50 km/h.

    •    A redução é exclusiva para o elevado, como medida preventiva.

    •    Novas placas de sinalização devem ser instaladas ainda neste fim de semana.

2. Caminhões estão proibidos no elevado

    •    Veículos de carga não poderão mais trafegar por cima do viaduto.

    •    Caminhões deverão obrigatoriamente utilizar as vias inferiores.

    •    A medida reduz vibrações e impactos que podem agravar o rebaixamento.

A Strans informa que agentes de trânsito vão reforçar a orientação aos motoristas nos primeiros dias de adaptação.

Por que as medidas foram adotadas

O relatório do Crea-PI, realizado a pedido da Prefeitura, identificou falhas estruturais antigas no viaduto. O presidente do conselho, Hércules Medeiros, afirma que o problema “é recorrente e não foi totalmente solucionado durante obras anteriores”.

O documento recomenda:

    •    monitoramento constante do comportamento da estrutura;

    •    ações preventivas para reduzir riscos;

    •    avaliação mais profunda para diagnóstico definitivo.

Com o alerta técnico, o superintendente da SDU Sul, Aluísio Sampaio, afirmou ter solicitado alterações imediatas no tráfego para preservar a integridade do viaduto enquanto o estudo completo é concluído.


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