Em julho de 2024, Maria Luiza da Silva Oliveira foi morta com um tiro no olho pelo próprio namorado Dilberto Vieira da Silva Filho, em uma quitinete onde o casal morava, no bairro Matinha, na zona Norte de Teresina. Durante audiência de instrução e julgamento no Fórum Criminal de Teresina, na última sexta-feira (7), o réu afirmou que o relacionamento de ambos era saudável, contrariando depoimentos de testemunhas.
Segundo Dilberto, ele teria efetuado o disparo enquanto limpava uma arma de fogo, alegando que o tiro foi acidental. No entanto, o Ministério Público do Piauí descreveu o contrário em sua denúncia:
Conforme as investigações, concluiu-se que o crime decorreu de constantes desentendimentos e agressões entre o acusado e a vítima, especialmente devido ao ciúme excessivo que o acusado nutria pela vítima, conforme relatado pelas testemunhas.
O INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito policial aponta que a vítima havia planejado sair com amigas no dia do crime, 15 de julho de 2024, o que teria motivado a sua morte. Com base no laudo pericial, as investigações concluíram que o disparo que matou a vítima foi feito à longa distância.
CONFIRA O DEPOIMENTO DE DILBERTO:
No dia do fato eu estava em casa e eu e ela. A gente estava em casa. A mãe dela tinha acabado de ir lá em casa na janela. Eu tinha acabado de entregar um dinheiro para a mãe dela, para ela comprar um pedaço de carne lá em cima, na rua de cima. A mãe dela voltou e entregou a carne para mim. A filha dela estava dentro do banheiro, ela chegou a ver a filha dela. Aí quando a filha dela voltou, eu estava sentado.
Fui limpar a arma, estava sentado, quando fui dar uma das batidas [na arma], porque eu tinha mandado pintar o ferro há dois dias. Numa das duas batidas que dei no ferro, eu tava com o dedo no gatilho, foi aonde o ferro disparou. Ela tava numa posição em pé e eu tava na posição sentado na cama.
O ferro disparou, aonde peguei, gritei, fiquei desesperado, gritei, falei: "Meu Deus do céu, o que tá acontecendo?"
PEDIU AJUDA DE VIZINHOS
Peguei ela, arraste ela pelo braço, botei ela na sala e fui direto ao vizinho, chamar o vizinho do comércio, chamar ele para me prestar socorro, para botar ela dentro do carro, para levar ela para hospital. Aonde os vizinhos vieram me ajudaram, eu peguei, enrolei ela num pano. Eu, mais três vizinhos, pegamos ela, botando ela dentro do carro, eu peguei uma vizinha, botei no carro para ela se dirigir ao hospital.
Depois disso, eu fui atrás da mãe dela para pegar os documentos com a mãe dela e para mãe dela se dirigir ao hospital.
RELATO DO SUICÍDIO
Durante depoimento na delegacia, Dilberto ainda apresentou uma versão de que a vítima haveria tentado contra sua própria vida, o que foi desmentido posteriormente. Durante a audiência, ele informou o que o levou a mentir:
O primeiro advogado que tava acompanhando no meu caso, que foi para me apresentar, ele falou que era para eu falar isso. Devido eu tava nervoso, eu fui pelo que ele me disse. Fui pelo que ele me disse que eu dizendo ele que eu ia me dar bem nisso.
SOBRE O RELACIONAMENTO
O réu relatou que no dia do crime não teve atritos com Maria Luiza. Questionado sobre se possuia desavenças no relacionamento, que durou 5 meses, ele afirmou: “Nossa relação era saudável”.
A ARMA DO CRIME
A arma, fui tentar jogar dentro da casa do vizinho. O vizinho não quis receber a arma, acho que por conta do perigo da situação. Eu peguei a arma, me dirigi ao Rio Parnaíba peguei, joguei dentro do rio, porque eu tava me dirigindo à casa da minha mãe e minha mãe não gosta desse tipo de coisa. [...] Porque eu estava nervoso, eu não sabia o que fazer.