O adolescente de 13 anos que foi apreendido, na manhã desta sexta-feira (21), durante a operação “Pessinus” em Ilha Grande, no Litoral do Piauí, já fez mais de 10 vítimas ao redor do Brasil. De acordo com o delegado Anchieta Nery, o suspeito as influenciava a se automutilarem, e ainda ameaçava por meios virtuais, sequestrá-las, estuprá-las e até mesmo ceifar a vida delas.
O Ministério da Justiça, a Polícia Civil do Estado do Piauí (Diretoria de Inteligência) e o Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do Ministério Público de Santa Catarina deflagram hoje a “Operação Pessinus”. Ação integrada promovida pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (DIOPI/SENASP/MJSP).
O objetivo da ação é combater crimes de constrangimento ilegal, ameaça, violência psicológica contra a mulher, estupro de vulnerável, apologia de crime ou criminoso, bem como incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, todos praticados no âmbito da internet.
“Alguns adolescentes manipulavam psicologicamente (as vítimas) para praticar crimes contra a dignidade sexual e contra a liberdade pessoal. Por meio da diretoria de Inteligência, conseguimos localizar esse alvo em Ilha Grande, cumprimos o mandado de busca e apreensão desse adolescente que já tinha feito mais de 10 vítimas ao redor do Brasil, que se automutilavam e acabavam sendo vítimas do crime contra a dignidade pessoal”, explica o diretor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, delegado Anchieta Nery.
Um dos adolescentes investigados no estado do Piauí possuía perfis de culto a símbolos nazistas, incluindo imagens de automutilação e a cruz suástica. Além de idolatrar e propagar imagens de assassinos de massacres escolares, praticava por meio desses perfis apologia e incitação a crimes contra a vida, bem como pela divulgava link de acesso a um grupo de mensageria, onde conteúdos proibidos de tortura, pedofilia, crueldade contra animais e pessoas são compartilhados, promovendo comportamentos perturbadores e ilegais.
O delegado ainda menciona que durante a operação, deflagrada nos estados do Piauí, Rio de Janeiro e Mato Grosso, foram apreendidos diversos computadores, celulares, e itens que apareciam com esses adolescentes nos vídeos. Segundo ele, as investigações vão continuar a fim de interceptar os crimes virtuais.
“Essas investigações vão continuar, vão seguir novas fases, e a gente pede que os pais cumpram o seu papel, observem o que seus filho fazem na internet”, completa o delegado Anchieta Nery.
O trabalho da equipe de investigação do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do Ministério Público de Santa Catarina localizou a existência de perfis em redes sociais que demonstravam a intenção de cometer atos graves de violência contra pessoas, incluindo estupros e mutilações, massacres em estabelecimentos de ensino e culto e enaltecimento a símbolos ligados ao nazismo.
ENTENDA A OPERAÇÃO "PESSINUS" DEFLAGRADA HOJE