O YouTube está planejando exibir anúncios que irão mostrar aos usuários sobre técnicas de desinformação. Isso será possível em razão de um experimento bem-sucedido da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Os pesquisadores viram que os vídeos melhoraram a capacidade das pessoas de identificar certos conteúdos manipuladores.
Assim o Google, empresa dona do YouTube, ressalta que as descobertas mostram como a mídia social pode prevenir ativamente a disseminação de desinformação.
Desinformação
Toda a pesquisa foi baseada em uma área de estudo que ainda está se desenvolvendo chamada "prebunking". Ela investiga como a desinformação pode ser desmascarada ao mostrar às pessoas como ela funciona, muito antes de serem expostas à mesma. Uma notícia que pode contribuir nesse caso das notícias que não são verdadeiras.
A pesquisa revisada por pares foi conduzida em conjunto com o Google e será publicada na revista científica Science Advances.
Beth Goldberg, chefe de pesquisa e desenvolvimento da unidade Jigsaw do Google, que se concentra em combater os riscos de segurança online, classificou as descobertas como "emocionantes".
Probabilidade
Jon Roozenbeek, principal autor do artigo, disse à BBC que a pesquisa é sobre "reduzir a probabilidade de alguém ser persuadido por desinformação".
"Obviamente, você não pode prever todos os exemplos de desinformação que vão se tornar virais", afirma.
Como funcionou o estudo
Os anunciantes podem usar um recurso do YouTube chamado Brand Lift, que informa se e como um anúncio aumentou o reconhecimento do produto.
Os pesquisadores usaram este mesmo recurso para avaliar a capacidade das pessoas de identificar as técnicas de manipulação às quais haviam sido expostas.
'Soluções baseadas em evidências'
A Universidade de Cambridge disse que este foi o primeiro estudo de campo no mundo real da "teoria da inoculação" em uma plataforma de mídia social.
O professor Sander van der Linden, coautor do estudo, afirma que os resultados da pesquisa foram suficientes para levar adiante o conceito de inoculação e expandi-lo, para potencialmente atingir "centenas de milhões" de usuários de rede social."Claramente é importante que as crianças aprendam a fazer leitura lateral e verificar a veracidade das fontes", diz ele.