Após dois casos de grande repercussão nessa semana envolvendo apresentadores que fizeram apologia ao nazismo no Brasil, um vídeo gravado em novembro de 2021 em Teresina voltou a circular nas redes sociais nesta quinta-feira, 10 de fevereiro. Nas imagens, um homem que não foi identificado aparece usando uma camisa com um símbolo nazista em uma praça no bairro Saci, na zona Sul da capital.
A blusa usada pelo rapaz possui o desenho de um Totenkopf, palavra alemã para crânio e ossos cruzados e símbolos de cabeça de morte. O símbolo representa o desafio da morte, perigo, ou os mortos, assim como a pirataria, é comumente associado com o uso militar alemão nos séculos XIX E XX.
No vídeo gravado por uma pessoa que preferiu não se identificar, o homem é questionado sobre o uso da roupa e responde: “Sou colecionador da segunda guerra mundial” [...] “Tu está defendendo uma apologia, tu sabe né?”, “Não tem nada a ver”, rebateu.
Em um determinado momento, o homem que continua sendo filmado, faz uma saudação nazista - expressão que ficou conhecida pelos simpatizantes de Adolf Hitler, ditador nazista e chanceler da Alemanha na guerra ocorrida no século 20 - causando uma revolta nas pessoas que estão presentes na praça.
Uma discussão é iniciada e o homem retira uma faca do bolso e realiza ameaças contra o grupo que ordena que ele se retire do local.
O uso de símbolos nazistas é crime no Brasil. O artigo 20, § 1º, da Lei 7.716/89, alterada pela Lei 9.459/97, fala que "fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo", tem pena de reclusão de um a três anos e multa.
OUTROS CASOS
Nessa semana, o apresentador Monark, defendeu durante o programa a existência de um partido nazista. Em conversa com os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (Podemos-SP), Monark começou dizendo que a “esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical” e, na sua opinião, “as duas tinham que ter espaço”.
“Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei”, afirmou. A deputada, então, o interrompe e lembra: “Liberdade de expressão termina onde a sua expressão coloca a vida do outro em risco. O nazismo é contra a população judaica. Isso coloca uma população inteira em risco.”
Em outro caso, a Jovem Pan decidiu, demitir o comentarista Adrilles Jorge após ele fazer um gesto apontado como saudação nazista durante participação em um dos programas da emissora na noite de terça-feira (9).