Após a morte do grande apresentador brasileiro Silvio Santos, o suspense de quem estará na sucessão do seu Grupo e no SBT tem ares de mistério. Já nonagenário, o apresentador continuava à frente dos negócios com seu jeitão centralizador. Silvio Santos, porém, tinha um plano para o futuro de suas empresas – embora não revelasse quase nada sobre o que planejava para seu legado.
A preparação para passar o bastão das companhias do grupo não começou apenas no período de afastamento do empresário para cuidar saúde, mas ganhou força em 2016, quando o SBT – a principal empresa da holding – enfrentou outra de suas grandes crises.
A emissora, que fatura em torno de R$ 1,1 bilhão e tem lucro líquido estimado (não há publicação de balanços regulares) em R$ 40 milhões, encerrou o ano de 2016 com lucro líquido de R$ 6,6 milhões, menos de um décimo dos ganhos registrados um ano antes. Em 2015, os lucros haviam sido de R$ 76,1 milhões, segundo os resultados divulgados na época.
PREPARANDO A SUCESSÃO
Para a sucessão de Silvio Santos, a ideia foi privilegiar duas das seis filhas do apresentador: a caçula Renata, de 36 anos, e Daniela, de 45. Renata, dizem no mercado, vem sendo preparada para ser presidente do grupo desde 2010.
Foi em um dos momentos sensíveis de crise, que Silvio Santos colocou o sobrinho Guilherme Stoliar para assumir o comando da holding. O poder, então, era dividido entre Stoliar, as filhas – principalmente Renata – e Silvio Santos, que sempre dava a decisão final.
“Ele é meu mentor. Gosto de observar como meu pai conduz reuniões, sua visão e o jeito como ele trata as pessoas”, disse a executiva à Folha de S.Paulo, em uma rara entrevista, em 2014. “É óbvio que estamos trabalhando na sucessão. Toda função importante tem de ter um plano B. Porém, Silvio Santos é insubstituível”, acrescentou Renata, casada com o empresário Caio Curado desde 2015 e mãe de Nina (4) e Daniel (2).
RENATA ABRAVANEL
Das seis filhas, Renata é a mais discreta, a que menos aparece em frente às câmeras. Sob seu comando, estão não só a emissora como também as afiliadas do SBT (TVs em São Paulo, Rio, Brasília e Porto Alegre), o hotel Jequitimar, no Guarujá, a marca de cosméticos Jequiti, a Liderança Capitalização, a Sisan Empreendimentos e a SS Participações. Todas as empresas têm executivos do mercado no comando, inclusive o SBT.