Servidores do Tribunal de Justiça do Estado Piauí iniciaram na manhã de ontem a paralisação que havia sido programada no início do mês pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Piauí (SINDSJUS-PI).
A paralisação continua hoje com o objetivo de chamar atenção da administração do Tribunal de Justiça e da sociedade para as condições de trabalho degradantes, plantões abusivos e principalmente para a questão salarial que envolve implantação dos subsídios.
A categoria deseja um reajuste de pelo menos 9%. Segundo eles, apenas 4% deste aumento representaria um ganho real. O restante apenas corrigiria inflação do período.
De acordo com o presidente do SINDSJUS, Carlos Eugênio, tudo no Tribunal está parado e só os serviços emergenciais. ?Em cada secretaria há o mínimo necessário para atender demandas urgentíssimas?, relata o servidor.
Segundo Carlos, se o Tribunal não apresentar propostas aos servidores, a categoria vai deflagrar greve por tempo indeterminado no dia 17 de fevereiro.
Ele afirma que o Tribunal apresentou uma proposta de antecipação salarial de 4% sobre os subsídios de 2015.
Contudo, ele ressalta que o órgão não apresentou nenhuma proposta relacionada ao reajuste que foi aprovado na Lei Orçamentária e acrescenta que as outras reivindicações não foram consideradas. ?Não tivemos nenhuma resposta com relação a jornada extenuante e a precária situação dos fóruns?, declara.
Sobre a precária situação dos fóruns, o oficial de Justiça, Maércio Maia, conta que o teto da 2ª Vara de Execuções Penais desabou. Além disso, aponta que o prédio possui infiltrações e vazamentos.
?Hoje, no interior do Estado, mais de 60% das comarcas são ambientes completamente insalubres. Nós estamos reivindicando melhores condições de serviço, perdas salariais de 2013 para que sejam corrigidos e aplicados os percentuais?, destaca.
Maércio afirma também que há um déficit de funcionários e há necessidade de concursos. ?Também reivindicamos concurso público amplo e em todos níveis.
Uma vez que o quadro de pessoal permanente está 54% vago, ocupado por terceirizados. Enquanto isso, 100% dos cargos de comissão estão ocupados?, declara o agente.
Ontem ocorreu coletiva de imprensa ao meio-dia com o desembargador Ricardo Gentil Eulálio, que classificou a greve de inoportuna. A servidora Marinalva Santana informou que os servidores foram proibidos de entrar na coletiva. Isso teria indignado a categoria.
Em nota, o Tribunal de Justiça havia comprometido-se a apresentar e defender a antecipação de 4%, conforme proposta lançada na Comissão de Orçamento, totalizando um reajuste de 9% na tabela do subsídio referente ao ano de 2014.