Bruno Pessoa, superintendente Municipal de Transporte e Trânsito (STRANS) afirmou nesta sexta-feira, 10, que a situação do transporte público é insustentável e que o órgão elaborou um plano de ação para o transporte público de Teresina, que não inclui o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT).
Ao Meio Norte, ele deixou bem claro que, se depender da STRANS, a relação entre Setut e Prefeitura Municipal de Teresina não é mais possível.
Segundo Bruno Pessoa, as ordens de serviços são reiteradamente descumpridas e os fiscais da STRANS e ele próprio já atestaram a desobediência às ordens de serviços emitidas e explicou que uma ordem de serviço com 65 veículos para zona sul de Teresina, por exemplo, no horário de pico somente 50% da frota funciona. “No entrepico, desses 65 carros, só 18 estão transitando e após o horário de 19h30, o número de veículos é mínimo”, explica Bruno.
Com o anúncio de paralisação da categoria na segunda-feira, 13, Bruno Pessoa conta que já acionou os veículos cadastrados e está fazendo a vistoria desses carros para atender a população. “Em virtude disso elaboramos um plano de ação que será apresentado ao prefeito, Dr. Pessoa, a partir da próxima semana para que, à medida que o Executivo acate, consigamos dar um outro direcionamento ao transporte público da capital. Importante ressaltar que neste plano de ação, o Setut não está incluído”, diz.
Em 2022, segundo Bruno Pessoa, foram injetados no sistema de transporte público R$ 90 milhões. “Portanto não justifica a falta de pagamento dos empregados das empresas”, diz, ressaltando que isso só atesta a incapacidade técnica e operacional das empresas que operam o sistema de transporte público de Teresina”, esclarece o superintendente, afirmando ainda que o plano será apresentado ao prefeito. “Acreditamos que, se autorizado, na próxima semana conseguiremos dar algum encaminhamento”, disse.
Bruno Pessoa conta que, em 2022, foram abertos quatro processos na STRANS para atestar o reiterado descumprimento pelos consórcios que fazem o sistema e, em função dessa desobediência à ordem de serviço, a não renovação de frota dos veículos, junto com outros fatores, como itens de segurança precários fazem com que a PMT tome uma decisão. “Iremos apresentar ao prefeito e esperamos que, à medida que ele determinar, esse plano de ação seja executado e com isso possa modificar e melhorar o transporte público de Teresina”, disse.
Com o Setut, o superintendente afirma que a PMT vem enxugando gelo há algum tempo e afirmou acreditar que existem outras empresas interessadas em prestar esse serviço para população da capital, absorvendo os trabalhadores atuais nesse novo sistema.
“Infelizmente essas empresas que fazem parte do sistema não têm mais capacidade técnica e operacional de ficar operando na cidade”, disse.
SETUT diz que está indignada com declarações do superintendente da STRANS
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) se manifestou por meio de nota sobre as declarações do superintendente da STRANS e manifestou indignação.
Confira a nota na íntegra:
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) vem a público se manifestar em relação às declarações do Superintendente da STRANS, Bruno Pessoa sobre o transporte público. A entidade está indignada pela prepotência, ignorância e inverdades manifestadas pelo gestor na imprensa.
Para conhecimento do Superintendente, o SETUT, além da sua existência advir de uma exigência do arcabouço da legislação trabalhista brasileira, representa as concessionários do setor e as suas manifestações reproduzem a vontade e decisão das mesmas. A insistência em identificar bodes expiatórios e de terceirizar responsabilidades é um traço da atual administração pública como meio de encobrir sua incapacidade em administrar as funções públicas de sua competência.
O SETUT sugere ao Superintendente que divulgue as informações corretas na qual esta administração liberou em 2022 somente R$ 10 milhões de um total aproximado de R$ 150 milhões de dívidas já acumuladas. Os demais valores, quer seja: R$ 21.300.702,78 refere-se a dívida acumuladas naquele ano e assumida judicialmente em 2020, para quitação no ano seguinte (2021) e que a atual gestão municipal protelou seu pagamento.
O valor de R$ 7.960.685,48 refere-se a repasse do GOVERNO FEDERAL (não saiu dos cofres municipais) para reembolso de gratuidades dos idosos durante o período da pandemia e R$ 8.500 milhões foi para repasse aos trabalhadores de acordo feito diretamente entre a PMT e o sindicato da categoria.
Quanto ao descumprimento das Ordens de Serviço, o SETUT sugere que o Superintendente e sua nova equipe participem de treinamento de manuseio dos softwares de gestão do sistema: SBE e CCO para apuração mais exata dos dados e informe à população que usualmente, nos meses de janeiro, fevereiro e julho a operação é reduzida devido às ferias escolares neste período.
Finalmente, afirmamos que desqualificar SETUT e/ou concessionárias e dizer que existe empresas que prestam serviço sem receber e ter seus custos cobertos é disseminar uma narrativa com o intuito de encobrir interesses ou ações não ortodoxos.