O caso de violência sexual de duas vítimas em um consultório odontológico em São Paulo, na última sexta (20), levantou um debate: esses não são situações isolados de violência sexual em casas de saúde no estado. Entenda o motivo.
De acordo com dados obtidos pelo portal de notícias Universa.Uol, foi apontado o registro de nada menos que 1.453 casos de estupro em ambiente de atendimento de profissionais da área da saúde entre 2008 e 2018 no estado de São Paulo. Deste total, 1.080 registros envolviam vítimas vulneráveis (menores de 14 anos).
Caso recente
Um dos casos registrados nesse meio ocorreu ariquera-Açu, no interior de São Paulo, onde um paciente de 21 anos sofreu violência sexual de um auxiliar de enfermagem, de 51 anos, enquanto era submetido a um exame de eletrocardiograma no Hospital Regional de Pariquera-Açu, no Vale do Ribeira, no interior de São Paulo.
O acusado foi preso por estupro. Ele nega a acusação e segundo ele, a relação foi consentida. A vítima foi medicada e passa bem.
Números
A análise foi feita entre os anos de 2008 a 2016 em parceira com a Volt Data Lab, agência especializada em jornalismo de dados, com informações obtidas e pautadas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Os números referentes ao ano de 2017 foram analisados pelo portal. Nos dois casos foram considerados os boletins de ocorrência registrados como estupro (art. 123) e estupro de vulnerável (art. 217-A).
Em uma avaliação mais detalhada entres anos de 2008 e 2016, é possível descobrir que 396 casos de estupro foram registrados com o termo genérico “hospital”; 143 aconteceram em postos de saúde; 58 em clínicas em geral e e 37 em consultórios odontológicos.
Na lista também entram locais como UTI, com oito ocorrências, e recepções de hospitais, com seis registros. Só em 2017, 171 estupros estupros foram registrados em estabelecimentos de saúde no no estado, sendo 101 enquadrados como estupro de vulnerável.