A julgar pela rápida captação de recursos do lendário fundo Cougar, da Dynamo, quem tem dinheiro está aproveitando a queda das ações (e das cotas de fundos) para fazer algumas compras.
Com o fundo reaberto ontem, em algumas poucas horas, a gestora encerrou o recebimento de manifestações de intenção de investir em seu fundo de ações em um valor total de R$ 300 milhões. O valor mínimo para novos cotistas era de R$ 300 mil.
Conforme o levantamento feito com a XP, contudo, no geral, os gestores de fundos de ações estão bastante cautelosos. A maioria está diminuindo o risco das carteiras, via aumento de caixa, compra de proteção ou mudando a composição dos portfólios para empresas mais defensivas.
Uma das gestoras mais prejudicadas com a crise, dada a alta exposição a risco de seus fundos, a Alaska realizou uma live no Instagram (confira mais nesta matéria) na noite de quinta-feira, em que o gestor e sócio Henrique Bredda afirmou que segue confiante nos fundamentos das empresas, especialmente as do mercado doméstico, e que as carteiras estão com posições 100% compradas em ações, ainda que a Bolsa possa estar exposta a novas quedas.
As mudanças, contudo, têm sido pontuais. Posições mais vinculadas à cena doméstica têm sido privilegiadas nos fundos de ações, caso de Magazine Luiza, Aliansce Sonae e Cogna, com certa diluição de papéis ligados a commodities.
Conhecido como um dos maiores investidores da Bolsa e detentor do fundo exclusivo Poland, Luiz Alves Paes de Barros, também sócio da Alaska, disse que, em meio ao pânico visto nos mercados, as ações ficaram ainda mais baratas do que já estavam, e que pessoalmente acelerou suas posições, mencionando discrepâncias de preços vistas em papéis como os da Petrobras, da Vale e da Braskem. “Mas, infelizmente, pode piorar antes de melhorar. O objetivo é comprar ação barata.”