Professores da rede municipal de Socorro do Piauí, distante a 487 km de Teresina, completaram 30 dias de greve na quinta-feira (16). A principal reivindicação da categoria é o pagamento do reajuste do piso salarial do magistério, previsto em lei federal, com repercussão para todos os níveis da carreira. A prefeitura alega não ter condições de pagar o valor solicitado.
Na avaliação de professores grevistas, a adesão do movimento é de pelo menos 70% dos efetivos. Alguns não suspendem as atividades, segundo professores, por medo de represália. No município, o salário base para carga horária semanal de 40 horas é de R$ 2. 886.
Para pressionar a prefeitura de Socorro do Piauí, professores e pais de alunos realizam constantes manifestações com faixas e carros de som, além de colar cartazes em prédios públicos. “Não exija qualidade do nosso trabalho sem valorizar nossos direitos”, frisam algumas faixas.
No início de fevereiro, o governo oficializou o aumento do piso salarial de professores da rede pública de educação básica de R$ 2.886 para R$ 3.845. O reajuste é de 33,24%. Dias depois, professores de Socorro do Piauí se reuniram para cobrar um posicionamento do poder municipal. Nos dias 24 e 25 de março, a categoria paralisou os serviços por falta de respostas e em maio foi deflagrada uma greve por tempo indeterminado.
“Primeiro ele [Zitim Coelho] propôs um reajuste de 7%, tentamos conversar, mas não houve êxito. No dia 16 de maio surgiram ameaças contra os professores grevistas, a prefeitura queria cortar os pontos dos trabalhadores e tentaram bloquear nosso direito de iniciar uma greve”, contou o professor Edgar Oliveira.
Após novas manifestações, a prefeitura ofereceu um reajuste de 10,60%, o que também não foi aceito pela categoria.
O que diz Zitim Coelho (MDB)
Ao Meionorte.com, o prefeito Zitim Coelho (MDB) negou que a prefeitura tente intimidar professores grevistas. Segundo ele, foram realizadas negociações para aplicar um reajuste de 10,60%.
“Não é possível implantar o reajuste de 33,24% no momento. Estamos tentando implantar o tempo integral nas escolas e até o final do ano vamos encaixar novos reajustes para suprir os salários. O total de 100% do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) está sendo aplicado na folha de pagamento dos professores”, falou.