Inspirados nos projetos aplicados em Medellín, na Colômbia, para redução da violência, Recife e Belém desenvolvem projetos de políticas públicas que propõem a diminuição da violência urbana e vem obtendo resultados positivos e essas experiências foram apresentadas em Teresina durante seminário Conexão Recife-Medellín-Teresina.
No Piauí, o secretário de Segurança, Coronel Rubens Pereira diz que os projetos incluem políticas de atenção social, equipamentos de prestação de serviços públicos em certos locais, em que a população escolhe, numa integração com o Poder Público e em Teresina, o projeto piloto vai funcionar no Mocambinho e envolve as Secretarias de Educação, Assistência Social e Cidadania, Segurança Pública, Governo, Tribunal de Justiça e lideranças comunitárias.
"O local foi escolhido pela vulnerabilidade que tem a região, aproveitando espaço já existente que será adaptado para o projeto", diz o secretário, enfatizando que, em parceria com a comunidade, Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança, vai tratar de ações de instalação do projeto, enquanto o espaço é reformado. "Com o espaço reformado serão oferecidos cursos técnicos, de linguagem estrangeira, dentre outros", disse o secretário.
Segundo o secretário, a comunidade aponta quais serviços deseja ter acesso em áreas como educação, esporte, cultura, dança, saúde e outras oportunidades de ocupação e convivência, a fim de estabelecer um clima de paz nessas áreas, com reflexos positivos na redução da violência na região delimitada.
Parceria lideranças comunitárias e Poder Público
O secretário destaca a importância da integração com as lideranças comunitárias e Poder Público, a partir da apresentação dos projetos desenvolvidos pelos colombianos de Medellín e recifenses. "São experiências de êxito que merecem uma análise local com perspectiva de também tentarmos realizar uma ação nossa, com base no que já foi exitoso em outras cidades que enfrentaram a mesma dificuldade e venceram", esclarece.
O coronel Rubens Pereira afirma que não se resolve a violência apenas com o sistema de justiça criminal (Polícia x Ministério Público x Justiça). "Quem vai preso, por algum motivo (não há prisão perpétua), um dia retorna ao convívio social e, se não tiver oportunidade de transformação, volta a delinquir", explica, enfatizando que a conversa tem que ser estabelecida mesmo é com a sociedade. "Juntos com a sociedade possamos estabelecer espaços de convivência harmoniosa, sem intolerância, sem ganância, sem ódio, sem preconceito, com respeito mútuo e paz de verdade", afirma.
Em entrevista ao Meio Norte, o secretário esclarece que o homicídio é apenas a ponta do iceberg de uma violência a varejo. "É a ponta de uma violência que não deixa nossas casas, nossas famílias. Se compararmos com outras regiões levando em consideração as mortes violentas intencionais, ainda não chegamos a uma situação mais grave, mas é preciso reconhecer que o sentimento de insegurança ainda persiste. Precisamos cuidar disso", disse o secretário, destacando a necessidade de controlar a criminalidade (a violência) com outros mecanismos de controle social fora da prisão, construindo um ambiente de paz.