O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, declarou nesta segunda feira (9), que o país trava "uma guerra pela própria existência". A declaração veio dois dias após ataque surpresa do Hamas, que aconteceu no último sábado (7). Logo após, o premiê declarou guerra contra o grupo extremista e afirmou que a Faixa de Gaza pagará um "preço sem precedentes" pela ofensiva.
"Israel está em guerra. Não queríamos esta guerra. Foi-nos imposto da forma mais brutal e selvagem. Mas embora Israel não tenha começado esta guerra, Israel irá terminá-la", declarou em pronunciamento ao acrescentar que vai intensificar os ataques.
"O Hamas compreenderá que, ao atacar-nos, cometeu um erro de proporções históricas. Exigiremos um preço que será lembrado por eles e pelos outros inimigos de Israel nas próximas décadas", enfatizou.
Em vários pontos da declaração, Netanyahu reforçou que não deve parar a guerra enquanto não derrotar o Hamas.
“Sempre soubemos quem é o Hamas, agora o mundo inteiro sabe. O Hamas é o Estado Islâmico. E vamos derrotá-lo assim como o mundo esclarecido derrotou o Estado Islâmico. Esse inimigo vil queria guerra e terá guerra”, declarou Netanyahu, que vem sendo alvo de críticas em razão da inteligência israelense em prever e prevenir os ataques.
"Apenas começamos a atingir o Hamas e não pararemos. Como derrotamos o Estado Islâmico, derrotaremos também o Hamas. Dias duros nos esperam, mas estamos determinados a vencer esta guerra pelo nosso povo", declarou.
Em seu discurso, ele também agradeceu pelo apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden: "Os nossos inimigos sabem bem o que significam os deslocamentos navais estadunidenses". Ele também agradeceu aos demais líderes pelo apoio. "Nosso coração está com os reféns, israelenses ou não, judeus ou não. Precisaremos de paciência, mas ao fim será possível entender que o Hamas cometeu um erro terrível ao atacar Israel", concluiu.
Hamas sinaliza para trégua
Moussa Abu Marzuk, um dos líderes do Hamas, declarou à Al Jazeera, nesta segunda-feira, que o grupo "atingiu seus objetivos" e está aberto a discutir sobre uma possível trégua com Israel. Em uma entrevista por telefone, ele disse que o Hamas está aberto a "todos os diálogos políticos", quando foi perguntado se estaria disposto a um cessar-fogo. Ele também declarou que o Hamas capturou dezenas de cidadãos israelenses com dupla cidadania, incluindo cidadãos russos e chineses.
Jornais israelenses e fontes da agência de notícias Reuters informaram que o grupo extremista está envolvido em negociações com o governo de Israel, para a libertação de mulheres e crianças israelenses que foram feitas reféns pelos terroristas palestinos. A mediação está sendo conduzida pelo Catar.
O conflito em Israel provoca consequências em todo o mundo. Nesta segunda-feira (9), os preços do petróleo registraram um aumento significativo impulsionados pelo conflito. Por volta das 9h (horário de Brasília), o valor do barril do tipo Brent, referência global, apresentou um acréscimo de 3,71%, sendo cotado a US$ 87,69. O barril do tipo West Texas Intermediate (WTI), utilizado como padrão para o mercado americano, também teve uma elevação de 3,72%, sendo negociado a U$ 84,30.