O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga a contratação de duas empresas pela Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense. Desde 2017, as duas empresas já receberam cerca de R$ 11,5 milhões dos cofres públicos da cidade em contratações que, segundo o MP, são suspeitas.
Segundo as investigações, a JR Brasil Comércio e Serviços e a SJ Serviços e Soluções podem estar ligadas ao vereador Felipe da Gráfica (PTdoB), mas estão registradas no nome de amigos do vereador, que também são apoiadores do prefeito Renato Cozzolino.
De acordo com o MP, as empresas pertencem ao casal Antônio Carlos de Souza Silva Junior e Sabrina dos Santos Caxias. Nas redes sociais, o casal costuma compartilhar fotos ao lado do prefeito Renato Cozzolino.
Ao RJ1, funcionários da empresa afirmaram que os empreendimentos pertencem ao vereador Felipe Pires, conhecido como Felipe da Gráfica. As duas empresas estão registradas no mesmo endereço, onde funciona uma gráfica.
SERVIÇOS CONTRATADOS
Entre os serviços contratados estão a compra e instalação de aparelhos de ar-condicionado, móveis para escritório, equipamentos hospitalares, utensílios de cozinha, entre outros. De 2017 a 2023, a JR Brasil recebeu mais de R$ 8,5 milhões, enquanto a SJ, que foi fundada em maio de 2022, recebeu mais de R$ 3,1 milhões.
O Ministério Público quer saber se a JR Brasil pertence mesmo ao vereador Felipe da Gráfica e se a empresa foi beneficiada em um pregão para entregar outdoors que, segundo o ministério, nunca foram instalados. A investigação também analisa o fornecimento de produtos que não condizem com o que é oferecido pelas empresas.
À reportagem, a prefeitura de Magé informou que vai abrir uma sindicância para apurar as denúncias que foram feitas e que os resultados serão encaminhados para as autoridades competentes. A prefeitura ainda afirma que vai disponibilizar todos os documentos e informações necessários ao MP.
De acordo com a prefeitura de Magé, Felipe da Gráfica não faz parte da base do governo na Câmara e que todos os processos licitatórios cumpriram requisitos legais. O município diz que desconhece que as empresas sejam do vereador. Já o vereador em questão nega que os empreendimentos sejam dele e que não tem nenhum funcionário.